Tejo a andar

Motivado pela romaria da semana passada volto ao tema do andar. A pé é a melhor forma de conhecer um país, uma região ou até mesmo uma cidade. Andar é o exercício mais natural e mais benéfico. Talvez por isto, e muito mais, há cada vez mais pessoas a caminhar. O acto é tão natural que qualquer um que o faça se sente bem. Se o fizer em plena natureza então o efeito é quase mágico.

Na verdade por todo o mundo as rotas pedestres são grandes atrativos turísticos. Há um mercado enorme associado ao trekking. Inclusivamente no nosso país há excelentes exemplos onde se apostou na oferta de rotas pedestres para atrair visitantes e turistas. Hoje as pessoas deslocam-se, fazem turismo, para andar. É por isso que um dos ícones com relevância na página de entrada da CCDR – Alentejo é “Alentejo a pé”.

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a passo

A premiada escritora Rachel Joyce no seu primeiro romance A improvável Viagem de Harold Fry (Ed. Porto Editora) descreve uma caminhada como infinitamente mais do que andar: “caminhar é um acto lento que desacelera tudo, além de que, é uma espécie de regresso a algo básico, onde nos podemos relacionar com outras coisas mais intensamente e onde ganhamos noção de que somos pequenos e tudo o resto é muito grande”, diz a escritora à revista Time Out.

Texto completo (pdf):a passo 2014-08-07

garças e patos

 

paúl do Boquilobo, o charme das zonas húmidas (2 de março de 2014)

paúl do Boquilobo, o charme das zonas húmidas (2 de março de 2014)

Desde sempre no Tejo a Pé passámos a mensagem que o tempo para caminhar está sempre bom, umas vezes com sol, outras com chuva. O que verdadeiramente conta é o “tempo da cabeça de cada um”.

Com a ameaça de chuva mas, praticamente, sem chuva, os nossos passos pisaram as margens do Almonda e paúl  do Boquilobo. Terras por onde andaram os romanos, como testemunha a vila de Cardílio, que também visitámos, e certamente muitos outros. Onde há um rio há vida e assim foi sempre – os rios sempre atraíram pessoas.

A passo vivemos mais um pouco de um rio com vida, a possível.

 

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voar o Tejo

fotografia de Luís Morgado (Arqtº.)

fotografia de Luís Morgado (Arqtº.)

A ave de viajar pousada. A ave sabe. O que ela é, é o que ela sabe. Olho-a com olhos térreos. A sua forma trespassa o nevoeiro. Sei que a ave não diz. O que ela sabe é o voo que ela é.
(Bernardino Guimarães)

Um rio só é rio quando é vivido. Assim é o Tejo.

Domingo, dia 20 de janeiro de 2014, um grupo de quase 40 graúdos e pequenos viveram o Tejo no melhor que o Tejo tem, a lezíria e o estuário.

Como disse o poeta “do Tejo vai-se para o mundo” mas o Tejo, o seu estuário, também é um santuário do mundo. Por isso este é o espaço privilegiado de muitas espécies de aves, um sítio impar de acolhimento natural para estes bonitos seres vivos.

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porque me chamas? (história de uma peregrinação a Santiago de Compostela)

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Estas são as emoções (com botas) de uma peregrinação a Santiago. Cerca de 350 km pelo Caminho Primitivo, de Oviedo a Santiago de Compostela, sob o tórrido calor de agosto de 2012.

Pouco importa se o Santo lá tem os ossos, as Astúrias e também a Galiza valem tudo e muito mais; o resto, quase tudo, fica para cada um. A certeza é: umas botas nos pés e uma mochila às costas fazem bem ao corpo, mente e espírito.

Neste caminho nasceu OTROS MUNDOS a magnífica loja da bonita galega de Lugo.

Ande e viva!

“Quem chega a Santiago, depois de muitos quilómetros – quantos mais melhor – com uma mochila às costas, sabe do que falo.

– Deixa-me ficar.

Não quero ficar em Santiago, a Parede – onde vivo -, Cascais, Lisboa é muito melhor.

– Deixa-me ficar ligado ao meu mais profundo EU.

É isto que Santiago me dá.

Ligação a mim próprio, é o que consegues quando caminhas com sentido. Peregrinar a Santiago, para Santiago, pelo caminho das estrelas.

Quantas estrelas?

Quantos passos?

Quanta dor?

Quanto suor?

Quanta alegria?

Por sorte o Caminho Primitivo (Oviedo-Santiago, 343 Km) potencia tudo isto, e muito mais, como nenhum outro trilho, quase um fantástico segredo, muito bem guardado. Enquanto milhões andam pelo Caminho Francês, os que partem de Oviedo tiram um bilhete especial. Um bilhete que garante autenticidade, verdade, retiro e tudo o resto, magnitude.

“Si alguno (peregrino) se acerca triste, vuelve feliz” (Códice Calixtino, Libro de Santiago, Libro I Cap 17). Esta é a grande verdade. Centenas e centenas de anos com milhões de peregrinos a caminhar para Santiago. Porquê?”

Texto completo e fotografias (pdf):  Caminho de Santiago Final

 

aloendros

 

 

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Provavelmente a maioria dos 60 Tejo a pé que passaram pelo Alandroal neste fim de semana de 19 e 20 de outubro, pelo menos pela leitura do Alandroal Viver, ficaram a saber que estas bonitas terras raianas devem o seu nome ao Aloendro.

Para além da habitual caminhada, pela distância da casa da maioria (zona de Lisboa), a proposta era passar o fim de semana, isto é, comida e dormida.

Assim foi.

aloendros (texto completo em pdf)

Álbuns de fotografias:

Pedro Girão

https://picasaweb.google.com/109212587513581186400/Alandroal19E20DeOut2013PedroGirao?authkey=Gv1sRgCIf-k4m78_2V-AE#

Carlos Cupeto

https://picasaweb.google.com/109212587513581186400/Aloendro19E20DeOutDe2013?authkey=Gv1sRgCJeNqdmkw8y8lAE#

 

mais Oeste

as pessoas como o campo, lindo.

         as pessoas como o campo, lindo.

Se alguém tinha alguma dúvida, mesmo como plano B, o Oeste nunca nos deixa ficar mal. Outra vez o Oeste surpreendeu-nos pela positiva. Mais; a caminhada na freguesia de Moita dos Ferreiros, em terras da Lourinhã, excedeu a melhor das expetativas. A justa medida em tudo, mas com uma dimensão cultural, não prevista, muito acima do melhor que se poderia supor. Assim se prova a enormidade cultural deste povo que, na prática, mostra o que se consegue quando uma comunidade local se motiva e mobiliza para um objectivo comum.

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sintra igual a sintra

Como poderia ser diferente?

Sintra igual a Sintra, vinte cinto andarilhos e a Karma sentiram-no. Nem as BTT faltaram.

Com todo o encanto e charme de uma manhã chuvosa com neblina, lá estava a mata envolvente do Convento dos Capuchos à nossa espera.

Sintra confirmou que há um conjunto de fiéis que, com chuva ou sol, estão sempre prontos para cumprir o programa. Mais do que gente nova em Sintra, houve alguns muito bem-vindos regressos, a Karma trouxe a dona e as geoloucas deram um ar da sua graça, a meio tempo – há hora do almoço debandaram. Desta vez, as geógrafas é que estavam KO. Seja como for, houve quem se apresentasse à chamada para nos dar os bons dias e incentivar. Mais uma novidade de Sintra.

Embora com muita água, mas sem a lama de outras aventuras, lá fomos subindo e descendo até ao Penedo, onde muitos desejavam o café do almoço. Paisagem e largas vistas, é que nem vê-las, o nevoeiro e a chuva não deixaram, não se pode ter tudo.

Sintra é tão especial que o Sérgio, o anunciado guia, assessorado pelo Pedro G, andou sempre atrás do grupo. No fim, muita mata e água a correr – o mais bonito.Com a ajuda do Paulo, tudo bateu certo e até a chuva se foi embora.

Depois, da mata alternada em veredas e estradões,  do sobe e desce, e ao fim de 12.5 Km, lá estavam os motores enlatados que nos haviam de levar a umas imperiais e a saborosos pregos no pão, dizem.

Março, onde nos queres?

   Carlos A Cupeto, 18/02/2013

bom e mau tempo

Terei tempo e modo para contemplar o património da Natureza e das mãos do homem. Também terei momentos de silêncio ou deserto.

(D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo de Leiria – Fátima; in Guia Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo)

Como tudo, também o tempo, é bom ou é mau. Será mesmo assim? O mundo, a vida, divide-se em bom ou mau? Se assim for, triste fado este.

bom e mau tempo (pdf)

litoral a oeste (GR 11)

Quem conhece sabe que este Atlântico que nos abraça tem no Oeste uma beleza rara onde as paisagens quase virgens convivem, lado a lado, com o traço imposto pelo Homem. Tudo aqui podemos encontrar, património natural e construído, cultura e tradição. O GR 11 é um percurso magnífico, que merece ser feito por muitos,  motiva-nos a andar e a espreitar o que está do lado de lá.  

andar no litoral a oeste – GR11 (pdf)

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan