vinho, arte & ciência (enogeobiodiversidade – enoturismo 4.0)

O Alentejo são muitos Alentejos, muitos sabores, muitas paisagens, muitas culturas, muitos viveres diferentes. A enogeobidiversidade desta terra é enorme; os patrimónios associados à vinha e ao vinho são infinitos.

Toda a dimensão antrópica da nossa História depende  da natureza e das condições por ela impostas; poderia ser diferente com o vinho? “…As decisões e os acontecimentos, os conflitos internacionais e as guerras civis, apenas podem ser compreendidos tendo em conta as esperanças, os medos e os preconceitos resultantes da História e como estes, por seu turno são determinados pelo ambiente físico – a geografia – em que os indivíduos, as sociedades e os países se desenvolveram.”  A vinha e o vinho são muito mais do que quilómetros que separam a costa do interior e o norte (Portalegre) do sul (Beja).

Numa breve visita à vinha é possível observar e interpretar alguns episódios da fabulosa história da Terra e tentar transpo-los para o vinho. Na adega procuraremos, no vinho, o sabor do lugar (the taste of the place). Este é o espantoso mundo da enogeobiodiversidade que desejamos viver numa experiência que associa ciência, arte e cultura, através de um simples copo de vinho.

O vinho é, na verdade, uma forma de expressão onde o mais importante é o lugar. Esta é a essência deste projecto; promover e valorizar, com todos meios disponíveis, designadamente com as ferramentas 4.0, todos estes patrimónios, com forte identidade regional, através de experiências diversas em que o principal actor é o comum dos cidadãos.  O vinho tem identidade  geológica local. Os enólogos acreditam, cada vez mais, que a terra, isto é a rocha, lhes fala de possibilidades. Tradicionalmente na Europa as regiões vitivinícolas estabelecem-se em função das características geológicas e geográficas. Através dos saberes científicos e enológicos, associando o vinho, a arte e a ciência,  levamos pessoas aos mais significativos locais produtores do Alentejo.

Apresentado no Ciem 18 (9ª Conferência Ibérica de Empreendedorismo), Salamanca 15 de novembro 2018.

Apresentação power point:

https://www.dropbox.com/s/p9cfjxnkza04fro/carlos%20cupeto%20et%20all%20-%20Tabernas%20do%20Alentejo%20opp%202017%20%20-%20ciem%2018%20-%20Salamanca.pdf?dl=0

Artigo completo:

https://www.dropbox.com/s/1d7ezxrm8evkxu5/tabernas%20do%20Alentejo%20-%20enoturismo%204.0%20%28Portugal%29%20Ciem%2018%20Salamanca%20%20final.pdf?dl=0

rota das tapas em Évora

Há umas semanas aconteceu em Évora, como noutras cidades, a Rota das Tapas (RT). Os dias eram bem maiores e a temperatura convidava. A coisa não se devia chamar assim mas antes “rota do vinho e petisco”. Como a iniciativa é de uma marca de cerveja espanhola que remédio temos nós senão aceitar a RT. Quer Évora goste ou não, adira ou não, a RT acontece há uma série de anos por uma única razão, tem sucesso. Experimentei em Lisboa há uns anos nas duas primeiras edições. Este ano experimentei em Évora. Já que mais não fosse valeu muito a pena porque encontrei e abracei o Manuel Piçarra que já não via há algum tempo. De resto Évora igual a si própria: entre o melhor e pior.

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Presidente em Setúbal

Para que fique claro o que vai ler deixo uma curta declaração de interesse. Votei no Prof. Marcelo mas muito dificilmente vou voltar a fazê-lo.

Não ponho em causa a fragilidade social de Setúbal e muito menos o meritório trabalho que inúmeras associações desenvolvem no terreno. Graças a Deus que há muita gente que localmente tenta contrariar esta realidade, se assim não fosse o dia de muitos seria ainda pior. Todavia assiste-me a convicção que a acção do Presidente, “efeito Marcelo”, para pouco ou nada serve. Serve para animar a “festa do dia”. Compare-se com outras realidades análogas onde o Presidente muito se esforçou e esforça: fogo, despovoamento do interior, etc. Obviamente, aos costumes disse nada.

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porto de Setúbal

há uns miseráveis, sempre os mesmos, que só sobrevivem na pobreza, que não querem este país próspero, feliz e em paz.

Bruno de Carvalho, Trump, Bolsonaro … são óptimos para nos distrairmos.

o nosso Presidente ajuda à festa, anda em festa e quer festa.

o Público de hoje notícia:

“Tensão no Porto de Setúbal trava exportações da Autoeuropa

Estivadores precários recusam-se a trabalhar enquanto patrões não rasgarem contratos já assinados. Fábrica da Volkswagen em Palmela tem 6 mil carros parados à espera de embarcar para o estrangeiro.”

a famosa “luta entre trabalhadores e patrões” mantém – se actual. Para quê compreender que ambos são parte incontornável do ecossistema económico – social?

depois dos problemas laborais da Autoeuropa resolvidos há outras formas de lá chegar…

e se a Autoeuropa se aborrece e debanda para outras paragens?

o objectivo é este.

ps – obviamente que este escrito nada tem a ver com as eventuais justas razões dos estivadores.

mar de pedra

Voltámos ao sempre surpreendente Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros. O ponto de encontro foi na charmosa terra de Alcanede. Desta vez para além da paisagem única do carso (rocha calcária alterada) fez parte do programa espreitar “o interior da coisa”, isto é,  a descida à Gruta – Algar do Pena.

Mais dois ou três quilómetros andados, sempre com boa conversa, e chegámos à atração da tarde, o “baile dos dinossauros”. O adequado nome para a enorme jazida de pegadas  nos calcários do Jurássico Médio que podemos gozar em Vale de Meios.

artigo completo no Notícias do Mar de novembro de 2018:

https://www.dropbox.com/s/vtoepyp7xne6fjt/PNSAC%20-%20pedras%20e%20mais%20pedras%20-%20Tejo%20a%20p%C3%A9%20em%20out%2018.pdf?dl=0

vinho: seminário técnico

“Antes do vinho há a geologia, geografia, cepa e clima. Toda mudança numa destas 4 variáveis vai ter consequências no resultado final, isto é, na qualidade e quantidade do vinho na garrafa. Todos os dias ouvimos falar em “alterações climáticas”.

O que é isto?

Que consequências tem para a vinha?

Quando e onde?

Lá longe e daqui a muito tempo? Ou aqui e agora?

Todos somos poucos para debater tão importante assunto que a todos toca: grandes e pequenos produtores. Técnicos e consumidores. Novos e velhos. No Alentejo e no Minho…

Venha a Borba no dia 17 de nov. às 10:00, partilhe saber e experiência; ajude-nos e ajude-se.”

Montijo, Tancos, BPN…

Há um país cuja capital tem um aeroporto no centro. Ao aterrar, os aviões passam por cima de hospitais, escolas e prédios de habitação a escassos 100 ou 150 metros de altura. Enquanto isto, qual grupo de adolescentes no intervalo das aulas, discute-se a localização de um novo aeroporto que tão pouco vai acabar com este absurdo. Montijo, Alcochete, ou o que seja é incomensuravelmente melhor do que a Portela. Só mesmo num país e num tempo de loucos, em que tudo parece magia, se acena com avaliação de impacto ambiental (AIA) como tempero para as posições dos vários lados da mesa.

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tempo

muito para além de algo que vai passando,

o tempo vive comigo todas as possibilidades infinitas do Universo em expansão,

este tempo em que acredito liberta-me de todas as amarras.

responsabilidade

vai à adega e prova o vinho

Conta a lenda que num dia frio e chuvoso de inverno Martinho seguia montado a cavalo quando encontrou um mendigo. Vendo o pedinte a tremer de frio e sem nada para lhe dar, pegou na espada, cortou o manto ao meio e cobriu o mendigo com uma das partes. Mais à frente encontrou outro mendigo, com quem partilhou a outra metade da capa. Martinho continuou viagem sem nada que o protegesse do frio. Diz a lenda que, nesse momento, as nuvens negras desapareceram e o sol surgiu. O bom tempo prolongou-se por três dias. Não sei onde entra aqui o vinho mas o ditado popular diz, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.

Assim vai ser no próximo fim de semana por todo o Alentejo.

A nossa sugestão,

dia 10:

17:00, Adega do Mestre Daniel, Vila Alva, Cuba;

18:00, 125 anos do Moinho do Cú Torto, com Francisco Pimenta, Évora;

dia 11:

18:00, com a artista Maria do Céu Guerra, Sovibor, Borba.

 

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan