arraiolos 2

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A minha vontade seria escrever hoje sobre o “bárbaro” corte de árvores no “magnífico” bairro do Bacelo mas isso fica para a semana. Hoje tenho que terminar o tema “Arraiolos”.

Tenho privilégio de, no final de tarde de sol, estar no gabinete na Universidade no edifício Luís António Verney. A vista para o casario eborense é espetacular e quase que tudo compensa.

O dia em que escrevo estas palavras é o 8 de março, pela data a própria cidade responde à minha pergunta: “o que fazer em Évora?”.

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a agenda do Tejo

O Tejo parece querer bradar alguma coisa. Para além do Fórum que decorreu em Vila Franca anuncia-se o III Congresso, a Confraria do Tejo e têm surgido alguns ecos de notícias e opiniões nos media. Mas muito mais que a boa conversa, e nem sempre assim é, o Tejo necessita de ação, pequenas ações que sejam. Sobejam os planos, as estratégias e os estudos. Muito gostaria de saber de todo este somatório de planos, ao longo de décadas, o que se concretizou e quais foram os resultados? Além do enorme investimento em tratamento de águas residuais urbanas e dos arranjos das margens, o que se fez? Antes de mais, antes de ação, é imperioso que se faça este balanço, o que se planeou, fez e no que resultou. Só depois disto é que faz sentido desenhar uma agenda, a agenda do Tejo.

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living in Brazil

No fatídico e triste dia de Bruxelas ouvi numa estação de rádio, em bom inglês, o desabafo de um brasileiro que estava no aeroporto naquela hora:

viajar para a Europa é como jogar na roleta russa.

(traveling to europe is like a game of roulette)

como o terroir do Brasil não possibilita muito mais eu compreendo e desculpo.

todavia, como sou filho de boa gente sinto-me e por isso respondo ao dito brasileiro:

viver no Brasil é morte certa.

(living in Brazil is death certain)

como mínimo devem respeitar as terras que os acolhem.

Deus os perdoe.

 

 

água e mais água

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amanhã é o dia mundial da água e hoje vivemos o day after do II Fórum Ibérico do Tejo – Vila Franca de Xira.

Ontem  em Vila França explicitei que o nosso principal, para não dizer único problema, é não termos água e solo suficientes para alimentar a população da Terra.

“Según organismos internacionales como la FAO, será necesario aumentar la producción de regadío más de un 40% antes del año 2030 y más de un 70% antes del 2050 para garantizar el abastecimiento de alimentos básicos a la creciente población mundial.”

Como vamos fazer?

E o Tejo?

É necessária mais água, sempre mais água, mais uma infra-estrutura e tudo é possível, que enorme engano.

http://www.ambientum.com/boletino/noticias/Aumento-de-la-superficie-de-regadio.asp?utm_campaign=11032015not&utm_medium=email&utm_source=newsnoticias

Em homenagem à água:

http://observador.pt/2016/03/21/natureza-45-das-belas-paisagens-dominadas-pela-agua/

 

 

 

ambiente

Recentemente escrevi que o ambiente, os temas do “meio ambiente”, andam estranhos em Portugal.

Poucos terão dúvida que o ambiente deve contribuir para o desenvolvimento económico e social do país, designadamente através de políticas mais sustentáveis e ecoeficientes, alcançando uma maior eficiência na utilização das matérias primas (recursos) e da energia.

Como se sente, também nesta matéria do ambiente, Portugal tem que dar um passo em frente, vários passos. O ambiente constituiu, sem dúvida, para Portugal uma mais valia sem paralelo. O ambiente não pode ser visto como um mero meio castrador e proibitivo, mas antes como um fator de competitividade, assim os nossos governantes saibam entender esta oportunidade e os investidores aproveitá-la. Desenvolvimento e qualidade ambiental são, não só compatíveis, como necessários. Não é possível continuar a ignorar determinadas realidades e o país tem de assumir rapidamente posturas e compromissos ambientalmente mais ambiciosos e competitivos – o ambiente como fator de competitividade e não como limitador do desenvolvimento económico e social.

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arraiolos

Évora, o que fazer num domingo à tarde?

Esta é uma questão que me persegue. Não consigo encontrar uma resposta capaz. Pergunto insistentemente a vários amigos e nada.

Depois de visitar os novos magníficos espaços da igreja de S. Francisco, onde, logo por azar, a excelente vista da varanda me faz esbarrar no Salão Central Eborense, o que fazer?

No meio de tanto património, história e cultura, o que sobra? Os quatro Pingo Doce? Aqui há sempre boas campanhas que os eborenses podem aproveitar num domingo à tarde.

Pela cidade deambulam uns quantos grupos de visitantes que às vezes parecem meio perdidos, e perguntam o que há para além das bonitas paredes e ruelas? Talvez só mesmo o regresso a casa, com sorte, depois de bem almoçados – na boa comida Évora continua a ser exemplar.

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caminhada em Alcochete [Tejo a pé]

O grupo informal de caminheiros Tejo a pé andou em Alcochete, nas margens do Tejo.

Guiados pelo mestre Miguel Boieiro conhecemos muitas plantas e soubemos das suas propriedades.

Além de um dia muito bem passado compreendemos o valor de um rio como o Tejo.

Assim é o Tejo vivo e vivido.

Aproveite a natureza de excelência que tem à porta de casa.

in Noticias do Mar:

https://www.dropbox.com/s/vpi67oemihazbk0/alcochete%20-%20tejo%20a%20p%C3%A9%20em%20mar%C3%A7o%202016.pdf?dl=0

 

tertúlia – a caminho de Santiago de Compostela

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O que motiva tanta gente a andar para Santiago?

Esta foi a pregunta de partida para uma animada e participada Conversa.

Um simpático de grupo, alguns com a peregrinação feita e mesmo repetida, e quase todos os outros com esse sonho, trocaram histórias, experiências e saberes.

Quando assim é a Conversas de Cesta vale a pena.

A Caminho de Santiago é um projeto a concretizar em grupo. Vamos a Santiago.

E tu?

professores

Ser professor é um privilégio.

Saber alguma coisa sobre minerais possibilita compreender quase tudo o que se passa na superfície da Terra; até a riqueza e a pobreza, conforme hoje se considera, de acordo com a distribuição dos minerais na crosta terrestre. Siga-se qualquer caminho e esbarramos nos ditos, pois eles estão presentes em tudo e também na cadeia alimentar e na qualidade da água.

Voltei aos minerais e para saber um pouco mais, designadamente com outro olhar, bem mais experiente na matéria e, muito importante, com enorme experiência aplicada, participo, com imensa gratidão, nas aulas da minha colega Rita. É um privilégio poder ouvir a Rita.

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“pelo Portugal de sempre” – 2

Mia Couto – Oração de Sapiência na abertura do ano lectivo no ISCTEM

OS SETE SAPATOS SUJOS 

Começo pela confissão de um sentimento conflituoso: é um prazer e uma honra ter recebido este convite e estar aqui convosco. Mas, ao mesmo tempo, não sei lidar com este nome pomposo: “oração de sapiência”. De propósito, escolhi um tema sobre o qual tenho apenas algumas, mal contidas, ignorâncias. Todos os dias somos confrontados com o apelo exaltante de combater a pobreza. E todos nós, de modo generoso e patriótico, queremos participar nessa batalha. Existem, no entanto, várias formas de pobreza. E há, entre todas, uma que escapa às estatísticas e aos indicadores numéricos: é a penúria da nossa reflexão sobre nós mesmos. Falo da dificuldade de nós pensarmos como sujeitos históricos, como lugar de partida e como destino de um sonho.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan