turismo depredador

“alegres, cegos e patetas” é a melhor legenda para os responsáveis portugueses eufóricos com o sucesso do turismo:

http://observador.pt/2017/07/30/fotogaleria-lavertezzo-o-paraiso-suico-que-foi-destruido-por-um-video-viral-no-facebook/#comment-post-2200862-1617682

enquanto isto, por cá, na busca dos euros para o abençoado crescimento, “paga e leva o que quiseres”, intensidade máxima, dando uma nova expressão à máxima do “quanto mais melhor.”

está-se mesmo a ver qual vai ser o fim.

famílias

À beira da pausa anual, alguns temos este privilégio de dias para nós a que chamamos férias, dou comigo a refletir sobre o passado recente e o momento atual. Dou conta que já passaram duas dezenas  anos em que todas as semanas tento tocar os leitores do Diário do Sul com alguma coisa que valha a pena. O que penso e escrevo é decorrente do meu “nível de consciência”. Aqui não há volta a dar e não há mentira possível, escrevo o que sou. Por isso qualquer leitor, mesmo que só me tenha lido duas ou três vezes, sobre água, ambiente, turismo ou o que seja, provavelmente já não terá grandes surpresas. Isto é, neste tempo de valores às vezes confusos, está aqui uma criatura muito conservadora na convicção da mais – valia de muito do que ficou lá para trás. Na primeira linha ponho a família e tudo o que de bom lhe está associado.

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401

quatrocentos e um, otros mundos desde março de 2013 atingiu 401 artigos/publicações.

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emparelhamento

Uma das palavras mais usadas para caracterizar o up local é  proximidade. Na verdade a proximidade é sinónimo de contiguidade, pequena demora ou mesmo vizinhança. A proximidade surge na forma de amizade, ajuda, contacto, reciprocidade, troca de ideias e outras formas de relação social entre o indivíduo e o que o rodeia. Tudo isto é o Diário do Sul na região em que se insere e nós, os seus leitores, não só o reconhecemos como o sentimos. Sei que as pessoas, profissionais, que fazem o jornal vivem o reciproco. Isto é, é a proximidade que confere ao jornal a perfeita simbiose com a região. A mais das vezes as notícias e os acontecimentos são vividos pelas duas partes da mesma forma; porque as pessoas se conhecem. O Sr. Piçarra, o Sr. Oliveira, a Maria Antónia ou o Paulo para além de um nome teem um rosto e um jeito que quase todos conhecem. Esta similitude de emoções só é possível porque as pessoas se tocam, vivem todos os dias a mesma temperatura do ar.

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turismo, pedras e vinho

Ciência no Verão

Universidade de Évora/Centro de Ciência Viva no Verão e Adega de Borba.

Numa breve visita à vinha é possível observar e interpretar alguns episódios da fabulosa história da Terra e tentar transpo-los para o vinho. Na adega procuraremos, no vinho, o sabor do lugar (the taste of the place) . Este é o espantoso mundo da  enogeobiodiversidade  que desejamos viver numa experiência que associa ciência, arte e cultura, através de um simples copo de vinho.

https://www.dropbox.com/s/4wek654a8s1nt6a/a%20hist%C3%B3ria%20da%20Terra%20num%20copo%20em%20imagens.pdf?dl=0

https://www.dropbox.com/s/7n3329gheugz3p8/tejo%20confraria%20%20carlos%20cupeto%20-22-06-2017.pdf?dl=0

 

 

atitude

a atitude é uma pequena coisa que faz a grande diferença. A atitude é um dos nossos maiores recursos:

  • renovável;
  • infinito;
  • melhoria permanente e infinita.

No O Mirante:

https://www.dropbox.com/s/13axgkwu1b0c7o2/atitude%20-%20carlos%20cupeto%20-%2013-07-2017.pdf?dl=0

 

patrimónios (Cuba)

Providencialmente, os últimos dias trouxeram-me cultura. Na verdade, cada vez mais acredito que o caminho da mudança é por aí e quem julga que a ciência e os patrimónios, e bem assim, a arte, são intocáveis, engana-se profundamente. Tive a oportunidade de ir a Cuba e tomar contacto próximo com o Cuba Leader; quase que se pode resumir numa palavra: fantástico. Já sabia que este pequeno concelho do Baixo Alentejo tem identidade cultural, mas é muito mais que isso; assume a sua matriz como um recurso incontornável e primordial. E não é que tem razão?

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tabernas do Alentejo – arte e ciência

Está em curso a votação dos projectos do Orçamento Participativo Portugal.

A nossa nossa identidade cultural é fundamental para a suficiência e sustentabilidade local, isto é, para a qualidade de vida das pessoas nas suas terras.

O projecto Tabernas do Alentejo – arte e ciência foi formulado para conhecer e valorizar os nossos mais ancestrais patrimónios. “A cultura como herança moral da humanidade” (D. Amálio Marichalar em Sines) é o resgate em que  estamos empenhados – participe com o seu voto (é simples e rápido).

vote neste link:

https://opp.gov.pt/projetos/todos/211-tabernas-do-alentejo-arte-e-ciencia

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bola de berlim na praia

só um estúpido, muito estúpido, é contra a tecnologia digital; e só um parvo, muito parvo, considera uma app que numa praia chama o vendedor de bolas de berlim uma excelente inovação, muito útil para o cidadão comum.

ri palhaço, chora homem, sofre cão.

Vontade inadiável de comer uma bola de Berlim na praia? Há uma app para isso

este é um excelente exemplo que bem justifica o ponto onde estamos em termos civilizacionais: um Mundo onde há cada vez mais pobres que não têm água nem alimentos.

enquanto o nosso verão vai ser muito melhor nas praias, na China há uma nova profissão – o polinizador. Como exterminaram com os insectos polinizadores agora há o chinês polinizador, não sabemos se com alguma app, eventualmente de uma startup portuguesa, mas sim com um pincel a recolher pólen de uma flor para o depositar noutra.

http://consorcioapicola.cl/2012/10/10/china-disminucion-de-la-poblacion-de-abejas-obliga-agricultores-a-polinizar-a-mano/

http://www.fenatracoop.com.br/site/em-sichuan-china-homens-abelhas-polinizam-os-pomares-com-as-maos/

como se vê estamos mesmo no bom caminho.

“em que pensa o porco?

só em bolota.”

 

 

àgua como fogo

Às vezes, a curiosidade é maior que o bom senso e cometemos “loucuras”. Assim foi no feriado de 15, em que rumei a Cáceres pelo Tejo, onde a Confraria Ibérica do Tejo (CIT) organizou um seminário. Mais um a juntar a dezenas de outros que deste há muito vão acontecendo. Como cristão, interrogo-me se terá sido pecado dedicar um feriado santo a ir a Cáceres. Na verdade, os rios merecem isto e muito mais e, no fim, valeu a pena ir a Cáceres. A nova CIT pode ser uma boa oportunidade para cuidar do Tejo, mas aquilo que presenciei em Cáceres deixa-me muitas dúvidas: mais do mesmo, isto é, gastar dinheiro que contribui para a nossa pobreza. Bom, o certo é que em Cáceres o Tejo estava bem representado, o que infelizmente só por si não chega. Do mais curioso que se passou em Cáceres foi, na primeira mesa redonda do dia, ficar evidente que cada um dos presentes tinha uma ideia diferente do que se estava ali a passar. O ponto alto do ridículo aconteceu quando a representante do Governo português, Helena Freitas – mulher com peso, porque coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior – se viu obrigada a intervir e a dizer aos organizadores o que estavam ali fazer.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan