otros mundos é este mundo, o que está ao lado e tudo à volta. Olhar o mundo com a alma, os passos e também os olhos. O comum e tudo o que está para além disso. As emoções e os estados de alma vividos e sentidos, aqui e agora, avulsos, sem nexo, sem forma ou preconceito. Desde o livro que se lê, à corrida de fim de semana, à água, à sustentabilidade tudo cabe em otros mundos, assim haja propósito e arte para o escrever. otros porque otros não é outros. O mundo e tudo à volta.
Onde está a capacidade de escolha livre para quem não tem um prato de sopa ou uma fonte de calor para se aquecer? “Direitos, liberdades e garantias”, onde? No papel. Resta-nos um cadáver, chamada Constituição, que nos obriga ao socialismo que nos trouxe até aqui: à vergonha de os melhores terem que sair do país e dos mais vulneráveis por aqui padecerem à custa das migalhas do Estado.
o que me conta a minha janela? o que me vai cá dentro e vejo lá fora?
em março de 2020, como todos, uma turma de Geografia/Arquitectura Paisagista da Universidade de Évora, cerca de 80 alunos, foi apanhada desprevenida e ficou cada um em sua casa.
entretanto chegou a Páscoa e até as aulas online terminaram.
este é o convite que fiz aos alunos:
vivemos um novo “normal”, com todas as incertezas e medos, porque não dizê-lo, que nos assolam diariamente, mas temos uma certeza: a nossa escolha (compreensivelmente agora um pouco mais limitada). O que escolhemos depende só de nós. O que fazemos com o tempo que agora temos e que não tínhamos? o que fazemos com o “confinamento domiciliário” é uma escolha nossa; porque não fazer boas escolhas? “melhorar o meu nível de leitura e escrita” como? lendo e escrevendo. peço-vos que escrevam um texto sobre o que vos conta a vossa janela: emoções, medos, ansiedade, saberes, paisagens, geografias, vizinhanças, expectativas, cores, vidas, luz, noite, dia, … proponho que além da página de texto associem 1 ou 2 fotografias da vossa janela.
…embora todos tenhamos o direito e o dever de dizer não (ou sim), não é às comunidades nem às câmaras municipais que compete inviabilizar um projecto de revelação ou aproveitamento de recursos minerais. Sempre que falamos de bens de domínio público, conforme a Constituição Portuguesa estabelece, o suporte à decisão política cabe às entidades licenciadoras com proficiência e experiência reconhecidas nestas matérias, as quais terão seguramente em conta no seu parecer a opinião das populações, desde que devidamente sustentada. É assim num Estado de Direito, como Portugal.
o nosso maior problema, como país, não é a falta de
participação cidadã, é a falta de cultura.
alterar esta falta de cultura é uma miragem, a pobreza
crónica e assumida como estratégica não o consente. O povo tem que se preocupar
diariamente com o essencial, sopas. Por outro lado descansa no Costa e no
Marcelo como cuidadores.
pôr cidadãos incapazes de tomar conta de si a pensar e a influenciar o colectivo (espaço comum) deixa-me muitas reservas.
na verdade, mesmo na Europa rica e mais culta o tema da
“participação pública” a maioria das vezes não é eficaz e só serve
para gastar dinheiro.
no início da 2ª década deste século, por cá, no plano de
gestão de região hidrográfica do tejo gastaram-se 0.5 M € (meio milhão de
euros), daqui resultou nada. Estraga-se dinheiro com esta panaceia, do faz de
conta, pelo politicamente correto.
por último gostava de saber onde está a fronteira e quem a traça, entre a participação e o dever de quem tem o poder/competência (legítimos) para tomar a decisão?
um bom e actual exemplo: A Costa vs P N Santos e a decisão da TAP
o acordo dos Açores é conhecido e a montanha pariu um rato.
a esquerda socialista, com hábitos de donos da democracia e juiz do que é bom ou mau, desde sempre pratica o terrorismo do medo.
desde sempre que gosta de distrair o povo do importante e essencial. Os mais antigos lembram-se:
“Sá Carneiro caloteiro paga a dívida”, uma calúnia que encheu as paredes do país… é assim. Pobre povo que estás cada vez mais na pobreza e que não te deixam sair da miséria. Só assim sabem e podem governar.
Enquanto o “bicho” não nos deixa andar em grupo livremente pelo campo, preparamos-nos para andar.
Como em tudo o equipamento adequado é meio caminho andado. Umas calças leves e uns ténis servem., mas, as calças e umas botas próprias para andar são melhores. Todo o equipamento para uma caminhada é importante, a começar pela mochila. Nunca troque uma mochila por nada, o peso, mesmo pouco fica bem distribuído, as mãos livres etc. Mas o nosso foco vai para o mais importante para fazer uma caminhada confortável e segura, o calçado, botas ou sapatos de caminhada – vamos usar o termo “botas” mas a sua escolha podem ser uns sapatos; a maior vantagem das botas é a proteção dos tornozelos. Poucos equipamentos evoluíram tanto nos últimos anos como as botas de caminheiro. Referimos-nos a botas ligeiras, para andar, e não a botas de montanha. São as botas que nos levam ao nosso destino. Temos de ter em atenção que, ao escolher o calçado, estamos em simultâneo a proteger a coluna vertebral e as articulações, que são ameaçadas pelo contacto dos pés contra o solo, além dos próprios pés. Saibamos desde já que as “botas todo-o-terreno” não existem. Há uma “bota” para cada atividade. Dentro das dezenas de marcas e das centenas de modelos há as botas que mais se ajustam às suas necessidades. Normalmente os especialistas recomendam as botas de trekking, pois este tipo de botas possui sola aderente e protecção para os tornozelos. A nossa experiência diz-nos que botas são botas e as vantagens de as usar são imensas. As botas é onde não se pode poupar, ao fim de algumas dezenas de quilómetros e alguns anos vai verificar que valeu a pena.
Por último, nunca se devem estrear botas para iniciar uma
caminhada, mas sim utilizá-las previamente durante umas semanas, na falta de
melhor quando vamos passear o cão.
Todos os meses, uma caminhada acessível a todos, sem custos,
onde a motivação é o viver a natureza. Para caminhar no Tejo a pé, logo que
seja possível, basta enviar um mail a cupeto@uevora.pt.
(texto adaptado de: Fugas a pé, um guia para caminhar,
disponível na loja online do jornal Público)
[artigo publicado no Notícias do Mar em novembrode 2020]
Caminhar, como qualquer outra actividade, para ser gratificante exige equipamento adequado.
Para uma boa caminhada há uma regra fundamental, ter prazer no caminhar e deixar em casa todos os problemas e assuntos que o acompanham todos os dias. Desde logo há uma pergunta fatal, incontornável, que todos os caminheiros colocam à partida; “quantos quilómetros são?” Para além da condição física e condições climatéricas nunca devemos esquecer o equipamento. O mês passado escrevemos sobre botas, hoje é a vez de uma outra peça de enorme importância, a mochila. No que me toca fica de fora qualquer outro tipo de saco, coletes com infinitos bolsos, onde nunca tenho à mão a navalha porque me esqueço do bolso onde a pus, etc. Mochila é mochila.
Para muitos a mochila é o símbolo da liberdade. Deve ser
cómoda, leve, robusta e prática – a organização e a acessibilidade aos diferentes
sectores é essencial. Nalgumas situações o carácter impermeável pode ser uma
característica importante. Todavia, no mercado existem capas muito simples e
práticas, provavelmente a melhor solução. Alguns dos modelos hoje existentes
incorporam a capa impermeável. O tipo e tamanho da mochila para uma caminhada
varia consoante o tipo de percurso e a sua duração. De qualquer modo deve ser
resistente, com apoio lombar, alças acolchoadas e ajustáveis à cintura. A
mochila ideal será aquela que depois de cheia, e com as alças bem reguladas se
adapte perfeitamente à região lombar, sem ultrapassar a altura das ancas ou
forçar a coluna vertebral. Todavia, subsiste
a pergunta: como escolher uma mochila? Como sempre o mercado hoje não nos
facilita a vida, na hora de comprar a oferta é infinita. Para uma caminhada de
um dia será necessária uma pequena mochila (que no máximo leve 3 – 4 kg de
peso), para uma caminhada de mais dias o tamanho da mochila terá de ser maior,
mas o peso a transportar nunca deverá ser proporcional. Não há, no entanto,
necessidade de comprar duas mochilas diferentes, para fazer face a dois
percursos de duração diferente. Deve-se comprar uma suficientemente grande,
mesmo que haja alguns inconvenientes de carregar uma mochila meio vazia. Para
satisfazer esta necessidade uma mochila com capacidade de 25 a 35 litros
constituirá a opção mais acertada. De salientar que a mochila vazia deve pesar
aproximadamente 500 gramas. Depois da escolha, seguem-se mais algumas
perguntas, como arrumar a nossa mochila? O que levar? … A prática ensina-nos. No
fim, o fundamental: leve tudo o necessário com o menor peso possível. E, nunca
esqueça, tanto pesa o que levamos inutilmente como o que esquecemos em casa e
nos faz falta.
Todos os meses, uma caminhada acessível a todos, sem custos,
onde a motivação é o viver a natureza. Para caminhar no Tejo a pé, logo que
seja possível, basta enviar um mail a cupeto@uevora.pt.
(tudo isto e muito mais no Fugas a pé, um guia
para caminhar, disponível na loja online do jornal Público)
Como assumido convicto do
valor do interior tudo me conduz ao up local, em oposição ao modelo que
nos trouxe até aqui: globalização – produzir, consumir e crescer, o tal ciclo
diabólico.
Acredito convictamente na
vida local porque tudo o essencial à vida, como os recursos indispensáveis
(solo e água), são locais. Entretanto, este país é inundado por estudos e
estratégias para tudo o que se possa imaginar e que só servem para produzir
papel e nos distanciar do importante, da vida. O interior, aquela coisa pobre,
cinzenta e velha, até teve direito a uma Unidade de Missão que entretanto, como
sempre, se esfumou sem deixar rasto. Agora mesmo, com o Dr. Ceia da Silva, o
Presidente da CCDR – Alentejo “democraticamente” eleito, é que vai ser: vamos
tornar esta região colorida, rica e jovem. As oportunidades não vão faltar e
casais jovens, portugueses e estrangeiros, sem filhos, vão-se acotovelar para
viver e trabalhar no interior. Sem filhos porque, entretanto, algumas más
línguas, dizem que a “pediatria retrocedeu em Évora”. Como povoamos com jovens
uma região que não responde satisfatoriamente nos cuidados pediátricos? E no
resto da saúde, será que estamos bem? Tenho a certeza que o “competentíssimo”
Concelho de Administração do Hospital do Espírito Santo de Évora e
Administração Regional de Saúde respondem com um inequívoco sim. Esta miséria
governativa vai-se perpetuando e consolidando aos mais variados níveis.
Trata-se de uma enorme classe inútil e incompetente que assaltou os lugares de
decisão e gestão e se protege e sustenta com todas as armas que tem sem olhar a
meios e processos. Enquanto isto, idosos doentes aguardam em filas à porta dos
centros de saúde, e o número de óbitos dispara; para compensar somos inundados
por uma agressiva campanha de marketing para a vacina da gripe que não está nas
farmácias.
Até quando este povo
assobia para lado? Depois queixem-se dos populismos.