garças e patos

 

paúl do Boquilobo, o charme das zonas húmidas (2 de março de 2014)

paúl do Boquilobo, o charme das zonas húmidas (2 de março de 2014)

Desde sempre no Tejo a Pé passámos a mensagem que o tempo para caminhar está sempre bom, umas vezes com sol, outras com chuva. O que verdadeiramente conta é o “tempo da cabeça de cada um”.

Com a ameaça de chuva mas, praticamente, sem chuva, os nossos passos pisaram as margens do Almonda e paúl  do Boquilobo. Terras por onde andaram os romanos, como testemunha a vila de Cardílio, que também visitámos, e certamente muitos outros. Onde há um rio há vida e assim foi sempre – os rios sempre atraíram pessoas.

A passo vivemos mais um pouco de um rio com vida, a possível.

 

Com o som da água a correr e quase sempre com o rio à vista, num percurso muito plano e fácil, o nosso destino foi o paúl do Boquilobo. Aqui, no Centro de Interpretação Ambiental – que sabe a pouco e cheira a subaproveitado -, fomos recebidos pelo simpático e disponível Fernando Canais. Existe ali uma exposição simples mas bem ilustrativa do tesouro natural que é o paúl. Soubemos que os patos ainda cá estão e que as garças, maior colónia em território português, já chegaram.Corda às botas e eis-nos num magnífico e bucólico trilho com densa vegetação e água por todos os lados. Muitas aves no ar e outras nas árvores, mais à frente, no paúl propriamente dito – reserva integral – também na água.

Depois do sempre bem-vindo picnic e da paisagem diferente dos sobreiros, chegámos ao posto de observação. Foi pouco mais do que entrar e sair, mas o suficiente para compreendermos a excelência do lugar. Muito perto passam os comboios da Beira mas não nos pareceu que causassem qualquer perturbação aos animais.

De regresso ao lugar de partida, sempre com muita e animada conversa, houve a oportunidade de visitar as ruínas romanas de Cardílio; estes romanos sabiam escolher os lugares  e sabiam viver. O sr. José Carlos é uma figura a quem  agradecemos o que nos ensinou dos homens e mulheres que vieram de Roma até ao Almonda.

Ao todo, foram quase 20 quilómetros, algo mais que o previsto, mas ninguém se queixou. Mais uma exceção deste Tejo a Pé quando comparado com o habitual das nossas vidas – normalmente temos menos do que nos prometem e esperamos, mas aqui é o contrário, anunciaram-se 12 e fizeram-se 20 quilómetros.

Alguns, poucos, também cumpriram a tradição de fazer o encerramento da jornada de copo na mão, e que copo!

Texto e fotografias em:

Noticias do Mar NM327p38-39

O Mirante no Mirante

 

 

 

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan