sacos desagradáveis

Num momento de pouca lucidez, num dos últimos sábados, decidi ir a uma grande superfície comprar umas vulgaridades. Não encontrei o que queria e comprei o que não precisava, como quase sempre acontece – fez-se a magia das grandes superfícies.

Mas o que foi verdadeiramente bom nesta “aventura”:- aconteceu na caixa. Em prol do cliente e da rapidez, deparei-me com uma inovação: a fila única.Somos desde logo transportados para um ambiente muito mais sofisticado, talvez um aeroporto. Num ecrã, além de outras mensagens sempre interessantes e úteis, surge o número da caixa a que nos devemos dirigir. Para que nada falhe, como nos aeroportos, esse mesmo número é anunciado num altifalante. Quando só queria pagar dois ou três artigos!

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ervas daninhas

O que aqui hoje escrevo passa-se no Alentejo mas acredito que também  um pouco por todo o país.

Num almoço muito tardio em Évora saboreei uma magnífica poejada de bacalhau e ovo cozido. Quase em jeito de sobremesa, logo que saí do restaurante deparei com um outdoor, também ele tardio uma vez que respeita a um evento de maio de 2014. Anuncia-se um Festival de Ervas e Chás do Mundo a decorrer em Beja e Mértola.

Não está em causa a bondade da conhecida associação de desenvolvimento local que organizou o evento, muito menos o programa de desenvolvimento regional (dinheiros públicos) que apoiou financeiramente o evento, está em causa tudo. Não sei, nem quero saber, mas suspeito, das razões que levam às ervas do mundo em vez das Ervas do Alentejo. Como se o Alentejo nesta matéria levasse lições ou ensinamentos de alguém. Como se algum alentejano se interessasse pelas ervas do mundo, ou como se fizesse algum sentido falar das ervas do mundo em Beja. Que ervas e mundo são estes? O mais curioso é que se fizermos uma rápida leitura dos objetivos do evento e do vasto e rico programa continuamos a não compreender o porquê das ervas do mundo.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan