Tejo a andar

Motivado pela romaria da semana passada volto ao tema do andar. A pé é a melhor forma de conhecer um país, uma região ou até mesmo uma cidade. Andar é o exercício mais natural e mais benéfico. Talvez por isto, e muito mais, há cada vez mais pessoas a caminhar. O acto é tão natural que qualquer um que o faça se sente bem. Se o fizer em plena natureza então o efeito é quase mágico.

Na verdade por todo o mundo as rotas pedestres são grandes atrativos turísticos. Há um mercado enorme associado ao trekking. Inclusivamente no nosso país há excelentes exemplos onde se apostou na oferta de rotas pedestres para atrair visitantes e turistas. Hoje as pessoas deslocam-se, fazem turismo, para andar. É por isso que um dos ícones com relevância na página de entrada da CCDR – Alentejo é “Alentejo a pé”.

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tejo

Tejo: “muito para além das suas margens, o rio são as pessoas e as pessoas são o rio. Desde há milhares de anos que é assim no Tejo, o melhor e mais bonito rio do mundo, porque é o nosso rio, mas também porque tem tudo, tem vida e tem alma, que contagia a quem ele toca. Como todos os rios maduros, a diversidade torna-o ainda mais precioso.

Uma bênção às terras que ele atravessa, desde a Beira, com uma beleza natural impar e estatuto de Parque Natural, até a um dos maiores estuários da Europa, em Lisboa. Um ponto singular a nível mundial em matéria de biodiversidade, designadamente no que respeita à avifauna. Contrariamente ao que possa parecer, o Tejo, como todos os rios, não divide, antes une. Une Santarém a Almeirim/Alpiarça, Abrantes a Rossio ao Sul do Tejo, Rio de Moinhos a Tramagal, Vila Nova da Barquinha/Tancos a Arrepiado, etc. Também Lisboa tem que inverter o habitual paradigma da separação da margem sul pelo Tejo. É o contrário, as duas margens estão unidas pelo Tejo. Este pensamento, ao revés, muda tudo.”

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tejo a pé em constância

Tejo a pe_ no Tejo (Consta_ncia, junho de 2014)-1-p1Tejo a pe_ no Tejo (Consta_ncia, junho de 2014)-1-p2

 

Finalmente, ao fim de alguns anos e cerca de 50 caminhadas, o Tejo a Pé pôs os pés na água, no Tejo.

O programa prometia e cumpriu. Com a competência da Ponto Aventura, excelente empresa de Constância, o dia teve de tudo um pouco: caminhada, suave e bonita, com cerca de 7 quilómetros sempre nas margens do Tejo, a fazer jus à motivação do grupo, Tejo vivo e vivido; depois, umas pagaiadas em canoa dupla de Almourol à Barquinha; um excelente repasto à beira Tejo com fataça frita, bom vinho e uma invejável tábua de queijos, com o simpático João a comandar as operações na cozinha, e já encantado com o seu aniversário, a 8 de julho, um mês depois; uns pés de dança e esplanada para outros, quase em jeito de sesta e, novamente, Constância com o mercado Quinhentista e as Pomonas Camonianas.

Um dia cheio e em cheio!

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cheias

Um autarca dizia-me recentemente estar muito admirado com o que se está a passar em Inglaterra no que respeita a cheias. “Como é que um país com aquela organização e meios está a viver uma situação tão catastrófica?”

Desde sempre as populações ocuparam as zonas de maior perigosidade, designadamente os leitos de cheia dos rios. Em qualquer parte do mundo, estas são as zonas mais férteis e com mais recursos. Na região de Londres vivem atualmente mais de 10 milhões de pessoas  e por isso não há ordenamento e meios que possam evitar o que se está a passar na bacia do Tamisa. A ocupação maciça destas zonas, partes baixas das bacias hidrográficas, agrava enormemente o risco de cheias. É apenas isto que se está a passar na zona de Londres.

E por cá?

Texto completo (pdf): 2014-02-20

voar o Tejo

fotografia de Luís Morgado (Arqtº.)

fotografia de Luís Morgado (Arqtº.)

A ave de viajar pousada. A ave sabe. O que ela é, é o que ela sabe. Olho-a com olhos térreos. A sua forma trespassa o nevoeiro. Sei que a ave não diz. O que ela sabe é o voo que ela é.
(Bernardino Guimarães)

Um rio só é rio quando é vivido. Assim é o Tejo.

Domingo, dia 20 de janeiro de 2014, um grupo de quase 40 graúdos e pequenos viveram o Tejo no melhor que o Tejo tem, a lezíria e o estuário.

Como disse o poeta “do Tejo vai-se para o mundo” mas o Tejo, o seu estuário, também é um santuário do mundo. Por isso este é o espaço privilegiado de muitas espécies de aves, um sítio impar de acolhimento natural para estes bonitos seres vivos.

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Tejo

fotografia do portal Viver o Tejo

(fotografia do portal Viver o Tejo)

O turismo é, provavelmente, a atividade económica mais transversal.

O rio Tejo é um excelente exemplo. Brutal, talvez seja a melhor palavra para retratar o potencial do Tejo para o turismo de última geração – um turismo de experiências e emoções. O turismo que fica na memória de quem o faz.

São necessários aeroporto, boas vias terrestres, comboio de alta velocidade, etc., mas não é menos necessário o produto turístico à escala local. É isto que nos falta estruturar e oferecer, um produto turístico que promova o imenso património natural, construído e etnográfico/cultural que temos à escala local. É o que a oferta tradicional ignora, mas que tem efetivamente valor para quem deseja uma experiência turística única, de excelência.

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bons exemplos

Quando o caminho traçado é adequado, surgem boas paisagens. Assim é no Alandroal.

Os bons exemplos começam a aparecer e o que se deseja é que se multipliquem. Tudo tem o seu tempo para amadurecer, uma grande rota (a sustentabilidade)  leva tempo, passo a passo.

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polis continuada, vale do Tejo

Abrantes, Santarém e todas as outras cidades e vilas do vale do Tejo constituem “uma polis continuada”. Isto é, um território que deve ser abordado, gerido e vivido, como um todo. Entre o litoral, saturado de gente, a maioria ignorando a natureza e o campo, dos quais dependem, e o interior, drasticamente despovoado, o vale do Tejo tem, no contexto nacional, a justa medida para que todos possam aqui viver bem e felizes. Temos que acreditar que isto é possível, já que dispomos de todas as condições para que assim seja. Continue reading

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan