trabalhar a terra

“Assustei-me” quando num daqueles supermercados de todas as terras peguei numas maças a 1€/kg com origem no Brasil. Assim que dei conta devolvi as maçãs ao expositor. Como é possível? Que contas são estas? A quantidade de absurdos que está por detrás deste custo é inaceitável. Será que só é crime assaltar um banco? O que irá acontecer, e quando, para repor a verdade e normalidade neste modelo global do mercado?

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estratégia

ag 21

 

Desde sempre nos recordamos de ouvir falar que os recursos disponíveis seriam alocados em função de uma estratégia estudada e assumida. Normalmente, não passou de entornar abundante dinheiro em cima dos problemas. Os resultados estão à vista e todos os conhecemos; alguns enriqueceram ilicitamente. Sabendo que a estratégia é a forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório, visando os resultados, percebemos que tudo, ou quase, foi ao contrário.

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despovoamento

O despovoamento e envelhecimento do Alentejo é uma realidade. Periodicamente o tema é recorrente. Diferentes atores, com os autarcas à cabeça, querem inverter esta tendência e exigem do Governo medidas que a contrariem. Apela-se ao bom senso e acusa-se o Governo de desistir do interior associando essa realidade ao fecho de serviços públicos.

O problema está em alguém que se lembra de fechar tribunais e outros serviços? Ou será que o mais importante é termos uma justiça que funcione? O que importa a uma empresa ou a um cidadão: um tribunal que funcione, mesmo que esteja a 50 quilómetros de distância, ou um tribunal simplesmente aberto à porta de casa? Qual é a questão essencial?

 

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transição

Há dias participei numa interessante conferência/tertúlia sobre a Transição em curso. Esta é uma palavra que chegou para ficar. Ao que ouvi, e se sente, estamos numa profunda mudança de paradigmas.

O mundo em que nascemos já não existe. Assistimos todos os dias à falência de muitos dos edifícios sociais e económicos em que descansámos durante décadas. Estamos agora no tempo da transição para algo diferente. O quê? Mudar o quê? Está é a grande questão. Onde chegámos, onde estamos, já todos, mais ou menos, o sabemos. Para onde vamos? É a grande questão.

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expectativas

Mação (blogs.sapo.pt)

Mação (blogs.sapo.pt)

Quanto contentes estaríamos se não soubéssemos que estão cá os nossos amigos da Troika para mais um exame? Bastava que a TV não tivesse o poder que tem para que em Mação nada se soubesse e fossem todos bem mais felizes.

Na verdade, a felicidade de cada um é inversamente proporcional à medida das suas expectativas. E estas são fortissimamente potenciadas por tudo o que de “maravilhoso” e efémero nos “vendem”, designadamente na TV. É exatamente por isto, só por isto, que os antigos eram, apesar de tudo, bem mais felizes do que nós. As suas expectativas eram sustentáveis, moderadas e perfeitamente tangíveis no seu mundo. O resto era a felicidade de sonhar, por exemplo, com um automóvel que os iria fazer ainda mais felizes para o resto da vida.

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bons exemplos

Quando o caminho traçado é adequado, surgem boas paisagens. Assim é no Alandroal.

Os bons exemplos começam a aparecer e o que se deseja é que se multipliquem. Tudo tem o seu tempo para amadurecer, uma grande rota (a sustentabilidade)  leva tempo, passo a passo.

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inovar

Há mais de dez anos, que a palavra inovar entrou no léxico do politicamente correto. Na sequência, outras, como ecoinovação, foram e são escritas “por dá cá aquela palha”. Uma moda que, como todas as modas, só serviu para gastar o dinheiro que não temos. Abundaram os planos e estudos, sectoriais, regionais e locais, de inovação. Até parecia mal que uma câmara municipal ou uma região não tivesse um plano de inovação. Qual foi o efeito positivo desses trabalhos, feitos pelos melhores consultores da nossa praça? Como é habitual nesta nossa terra, gasta-se o dinheiro, nada acontece, e ficamos todos amigos como até então. O mais grave é que os anos passam e somos cada vez mais pobres. Valha-nos a generalizada convicção de que a responsabilidade desta triste realidade nunca é nossa, há sempre alguém para quem olhar e, no fim, fica tudo como se nada se passasse. Continue reading

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan