tejo

Tejo: “muito para além das suas margens, o rio são as pessoas e as pessoas são o rio. Desde há milhares de anos que é assim no Tejo, o melhor e mais bonito rio do mundo, porque é o nosso rio, mas também porque tem tudo, tem vida e tem alma, que contagia a quem ele toca. Como todos os rios maduros, a diversidade torna-o ainda mais precioso.

Uma bênção às terras que ele atravessa, desde a Beira, com uma beleza natural impar e estatuto de Parque Natural, até a um dos maiores estuários da Europa, em Lisboa. Um ponto singular a nível mundial em matéria de biodiversidade, designadamente no que respeita à avifauna. Contrariamente ao que possa parecer, o Tejo, como todos os rios, não divide, antes une. Une Santarém a Almeirim/Alpiarça, Abrantes a Rossio ao Sul do Tejo, Rio de Moinhos a Tramagal, Vila Nova da Barquinha/Tancos a Arrepiado, etc. Também Lisboa tem que inverter o habitual paradigma da separação da margem sul pelo Tejo. É o contrário, as duas margens estão unidas pelo Tejo. Este pensamento, ao revés, muda tudo.”

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“climando”

Numa caixa de supermercado um conhecedor ancião disse-me que os melões, e a restante fruta, este ano têm falta de sol e por isso não estão bons.

Entretanto, enquanto o verão por cá anda envergonhado, nos países nórdicos os termómetros chegam aos 35° C, e no oeste dos Estados Unidos 40 milhões de americanos sofrem a maior seca de que há memória e a situação é catastrófica.

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perto e longe da porta

O tema das alterações climáticas lê-se por todo o lado. Mas mais do que ler também se sente e alguns de nós não acreditam nisso.

É um daqueles assuntos que se prestam a que cada um, na sua boa terra, pense que nada tem a ver com ele.

Como explico à minha mãe, com quase 80, anos que isto também lhe deve importar?

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tempestade no mar e em terra

o mar não se compadece com política barata

o mar não se compadece com política barata

No balanço dos efeitos no litoral da tempestade no mar foi possível ver o ridículo de um responsável de uma escola de surf a mostrar computadores portáteis danificados e o caos em que ficaram as instalações da escola. Isto, obviamente, para em seguida reivindicar o apoio do Estado. Entre outras questões mais profundas este, ainda jovem, gestor deve pensar em mudar de profissão, não basta o surf estar na moda.

A cena repetiu-se por todo o país, muitas barracas (a que chamam bares, restaurantes, escolas, etc.) foram ao ar – nada que não se soubesse que ia acontecer e que vai voltar a acontecer – e o Estado é chamado a pagar.

 

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clima

Por força da publicação de um importante relatório sobre alterações climáticas o tema tem sido sobejamente tratado pelos media.

Segundo parece, está confirmado que o nosso modo de vida influencia a natural mudança climática. Nada de especial, já o suspeitávamos, agora está provado.

Para um geólogo, que sabe que o Tejo, há mais ou menos 10 milhões de anos – nada para a história da Terra -, desaguava onde hoje é a lagoa de Albufeira, algumas barbaridades que se escrevem sobre alterações climáticas ainda ficam mais bárbaras. “Coitado” do clima, sempre mudou, nunca – mas nunca – foi estável. Nada na Terra é estável.

Tal como a erosão do solo, o degelo, a glaciação ou a deriva continental, as alterações climáticas são um fenómeno natural que sempre ocorreu. Desde sempre, o clima, como tudo na Terra, evolui. É muito conveniente que esta seja a base de partida para depois se avaliar a alteração climática induzida pelo Homem.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan