Há uns tempos, de forma mais consolidada, percebi o poder transformador das artes. A arte transforma as pessoas e as cidades para melhor. Não sei como, mas creio, que as artes terão um papel determinante na eventual saída da emergência planetária em que nos encontramos. No mínimo, como ferramenta para elevar o nível de consciência da Humanidade. Mais recentemente com o André Carmo, geógrafo, cientista social, colega na universidade em Évora, que estuda e investiga a arte como transformadora das cidades – Lisboa, Seixal, Porto, Moita, Barreiro, Loures, Montemor – o – Novo são alguns dos exemplos estudados, a coisa ficou ainda mais clara. Nestas e noutras terras foram estudadas verdadeiras dinâmicas de transformação com uma enorme diversidade de projetos e ações. Um dos casos, de necessária transformação de um passado industrial para um novo contexto, é o Barreiro. Era muito avisado que o próximo Governo desse mais atenção a esta matéria, conforme evidenciam alguns exemplos é um investimento que compensa largamente. A promessa de 2% do Orçamento Geral do Estado ser afeto à cultura não pode servir apenas para as eleições e ficar no papel. Para isto é preciso visão onde, a mais das vezes, abunda a miopia. Segundo Richard Florida, professor americano, referente em estudos urbanos com foco na teoria social e econômica, temos que atuar segundo os “3T”, tecnologia, talento e tolerância; bem precisamos.