Tejo a pé

um grupo informal de caminhada, onde:

i. amigo traz amigo, mesmo que a distância diga não;

ii. cada um toma conta de si e todos tomamos conta de todos;

iii. o tempo está sempre bom, umas vezes faz sol, outras chove, muito ou pouco, com ou sem vento.

uma caminhada todos meses.

botas

as botas sobre todas as coisas.

[publicado no Notícias do Mar de outubro de 2020]

Enquanto o “bicho” não nos deixa andar em grupo livremente pelo campo, preparamos-nos para andar.

Como em tudo o equipamento adequado é meio caminho andado. Umas calças leves e uns ténis servem., mas, as calças e umas botas próprias para andar são melhores.  Todo o equipamento para uma caminhada é importante, a começar pela mochila. Nunca troque uma mochila por nada, o peso, mesmo pouco fica bem distribuído, as mãos livres etc. Mas o nosso foco vai para o mais importante para fazer uma caminhada confortável e segura, o calçado, botas ou sapatos de caminhada – vamos usar o termo “botas” mas a sua escolha podem ser uns sapatos; a maior vantagem das botas é a proteção dos tornozelos.  Poucos equipamentos evoluíram tanto nos últimos anos como as botas de caminheiro. Referimos-nos a botas ligeiras, para andar, e não a botas de montanha. São as botas que nos levam ao nosso destino. Temos de ter em atenção que, ao escolher o calçado, estamos em simultâneo a proteger a coluna vertebral e as articulações, que são ameaçadas pelo contacto dos pés contra o solo, além dos próprios pés. Saibamos desde já que as “botas todo-o-terreno” não existem. Há uma “bota” para cada atividade. Dentro das dezenas de marcas e das centenas de modelos há as botas que mais se ajustam às suas necessidades. Normalmente os especialistas recomendam as botas de trekking, pois este tipo de botas possui sola aderente e protecção para os tornozelos. A nossa experiência diz-nos que botas são botas e as vantagens de as usar são imensas. As botas é onde não se pode poupar, ao fim de algumas dezenas de quilómetros e alguns anos vai verificar que valeu a pena.

Por último, nunca se devem estrear botas para iniciar uma caminhada, mas sim utilizá-las previamente durante umas semanas, na falta de melhor quando vamos passear o cão.

Todos os meses, uma caminhada acessível a todos, sem custos, onde a motivação é o viver a natureza. Para caminhar no Tejo a pé, logo que seja possível, basta enviar um mail a cupeto@uevora.pt.

(texto adaptado de: Fugas a pé, um guia para caminhar, disponível na loja online do jornal Público)

mochila

fotografia, José L. Diniz

[artigo publicado no Notícias do Mar em novembrode 2020]

Caminhar, como qualquer outra actividade, para ser gratificante exige equipamento adequado.

Para uma boa caminhada há uma regra fundamental, ter prazer no caminhar e deixar em casa todos os problemas e assuntos que o acompanham todos os dias. Desde logo há uma pergunta fatal, incontornável, que todos os caminheiros colocam à partida; “quantos quilómetros são?” Para além da condição física e condições climatéricas nunca devemos esquecer o equipamento. O mês passado escrevemos sobre botas, hoje é a vez de uma outra peça de enorme importância, a mochila. No que me toca fica de fora qualquer outro tipo de saco, coletes com infinitos bolsos, onde nunca tenho à mão a navalha porque me esqueço do bolso onde a pus, etc. Mochila é mochila.

Para muitos a mochila é o símbolo da liberdade. Deve ser cómoda, leve, robusta e prática – a organização e a acessibilidade aos diferentes sectores é essencial. Nalgumas situações o carácter impermeável pode ser uma característica importante. Todavia, no mercado existem capas muito simples e práticas, provavelmente a melhor solução. Alguns dos modelos hoje existentes incorporam a capa impermeável. O tipo e tamanho da mochila para uma caminhada varia consoante o tipo de percurso e a sua duração. De qualquer modo deve ser resistente, com apoio lombar, alças acolchoadas e ajustáveis à cintura. A mochila ideal será aquela que depois de cheia, e com as alças bem reguladas se adapte perfeitamente à região lombar, sem ultrapassar a altura das ancas ou forçar a coluna vertebral.  Todavia, subsiste a pergunta: como escolher uma mochila? Como sempre o mercado hoje não nos facilita a vida, na hora de comprar a oferta é infinita. Para uma caminhada de um dia será necessária uma pequena mochila (que no máximo leve 3 – 4 kg de peso), para uma caminhada de mais dias o tamanho da mochila terá de ser maior, mas o peso a transportar nunca deverá ser proporcional. Não há, no entanto, necessidade de comprar duas mochilas diferentes, para fazer face a dois percursos de duração diferente. Deve-se comprar uma suficientemente grande, mesmo que haja alguns inconvenientes de carregar uma mochila meio vazia. Para satisfazer esta necessidade uma mochila com capacidade de 25 a 35 litros constituirá a opção mais acertada. De salientar que a mochila vazia deve pesar aproximadamente 500 gramas. Depois da escolha, seguem-se mais algumas perguntas, como arrumar a nossa mochila? O que levar? … A prática ensina-nos. No fim, o fundamental: leve tudo o necessário com o menor peso possível. E, nunca esqueça, tanto pesa o que levamos inutilmente como o que esquecemos em casa e nos faz falta.

Todos os meses, uma caminhada acessível a todos, sem custos, onde a motivação é o viver a natureza. Para caminhar no Tejo a pé, logo que seja possível, basta enviar um mail a cupeto@uevora.pt.

(tudo isto e muito mais no Fugas a pé, um guia para caminhar, disponível na loja online do jornal Público)

andar

a vantagem de quem agora vive no campo, andar.

um dia, tão breve quanto possível, vamos voltar a andar: Tejo a pé.

até lá aqui fica a magnífica caminhada de fevereiro; Portugal no seu melhor:

https://www.dropbox.com/s/zhczqh6uo6yhbbt/Tejo%20a%20p%C3%A9%20em%20fevereiro%20-%20Not%C3%ADcias%20do%20Mar.pdf?dl=0

Tejo a pé – 23 fev. Magoito, Lomba do Pianos, Praia da Samarra

A onde te levam os teus passos? Andar, enquanto prática básica humana, é um ato físico, mas também, e não menos, cultural. Não há melhor forma de conhecer uma região, uma cidade, um povo. Andar tem um enorme eco espiritual, cultural e político. Todos no Tejo a pé sentimos isto, se andarmos o mundo, a terra onde vivemos, é melhor. Andar liberta-nos da geografia como nenhuma outra forma de deslocação. Andar é um ato de união, é isso que fazemos há mais de 10 anos, muito informalmente, sem caprichos, no Tejo a pé. Andamos porque sim. Andamos devagar, pouco, ao ritmo de todos, mas andamos. Andar é ver o mundo à nossa volta como nos esquecemos de o fazer, é redescobrir terras conhecidas, para, finalmente nos conhecermos melhor. Andar é, provavelmente, o verbo com mais significado, incluindo viver. Mesmo o caminho de ida e volta nunca são iguais e isso ensina-nos muito. “Caminhar é uma das belas artes” (Thomas De Quincey, Londres, 1802), venha daí connosco, em fevereiro dia 23, na boa terra de Sintra, com passos na zona do Magoito-Praia da Samarra.

Programa completo:

https://www.dropbox.com/s/bt5rk29649danh4/tejo%20a%20p%C3%A9%20em%20fevereiro.pdf?dl=0

Assim, sem tir-te nem guar-te!…

A expressão «sem tir-te nem guar-te» visitou-me hoje. Meia hora depois, alguém…

Isto vem a propósito de um encargo que de repente, sem aviso… me foi cometido. É uma frase feita da nossa língua, mais ou menos comum, pelo menos em uso literário… Tir(a)-te, desvia-te, guar(da)-te!…

Há maneiras de falar e palavras mais próprias de certas zonas do país. A mesma coisa pode ter nomes ou qualidades diferentes. Fui-me lembrando do que ouvi ao Prof. Carlos Cupeto em recente passeio-caminhada pelas arribas do Alcabrichel (Porto Novo – convento velho de Penafirme – arribas – vale – Porto Novo). Falou da influência do território, do chão, sobre a vida e cultura dos que nele vivem e pisam. Deu o exemplo das cantigas de Borba, Vila Viçosa e outras terras alentejanas. Não são o chamado cante alentejano. São muito características e formam, por assim dizer, uma zona demarcada.

Lembrei logo o que diz Fernão Lopes no prólogo da Crónica de Dom João I; que a afeição mundanal dos que «tiveram carrego de ordenar histórias» dos senhores «em cuja mercê e terra viviam» os levava a encarecer os feitos bons, mas a tratar mais miudamente os menos bons ou maus…; a «mundanal afeição» significa parcialidade. Além do longo costume e tempo, a conformidade entre o entendimento e a terra tem outra causa, «que é a fome, recebendo refeição para o corpo, o sangue e o espírito gerados de tais viandas têm uma tal semelhança entre si que causa esta conformidade».

Cupeto falou, se bem me lembro, da qualidade de vinhas e das saias, que conheci por ter vivido vários anos em Estremoz.

Curiosamente, tive há dias um presente de amigo recente, alentejano de Santa Eulália, perto de Campo Maior. Sabedor, de conversa, parceiro de excursão da AUTITV, do interesse por estas coisas, ofereceu-me uma colecção de saias, que guardo, juntamente com recolhas de décimas e outros versos trazidos da minha experiência estremocense. Aqui ficam algumas saias…

O Senhor da Piedade /Tem vinte e quatro janelas / Quem me dera ser pombinha /Para pousar numa delas / Quem me dera ser pombinha / Para pousar numa delas / O Senhor da Piedade / Tem vinte e Quatro janelas

Eu não sou como a figueira / Que dá fruto sem flor / Não olhes para mim, não olhes / Eu não sou o teu amor / Não olhes para mim, não olhes / Eu não sou o teu amor / Eu não sou como a figueira / Que dá fruto sem flor

Trago dentro do meu peito / Ao lado do coração / Duas palavras que dizem / Amar-te, sim, deixar-te, não / Duas palavras que dizem / Amar-te, sim, deixar-te, não / Trago dentro do meu peito / Ao lado do coração.

Ferreira Patrício

mar de pedra

Voltámos ao sempre surpreendente Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros. O ponto de encontro foi na charmosa terra de Alcanede. Desta vez para além da paisagem única do carso (rocha calcária alterada) fez parte do programa espreitar “o interior da coisa”, isto é,  a descida à Gruta – Algar do Pena.

Mais dois ou três quilómetros andados, sempre com boa conversa, e chegámos à atração da tarde, o “baile dos dinossauros”. O adequado nome para a enorme jazida de pegadas  nos calcários do Jurássico Médio que podemos gozar em Vale de Meios.

artigo completo no Notícias do Mar de novembro de 2018:

https://www.dropbox.com/s/vtoepyp7xne6fjt/PNSAC%20-%20pedras%20e%20mais%20pedras%20-%20Tejo%20a%20p%C3%A9%20em%20out%2018.pdf?dl=0

a onde te levam os teus passos?

Tempo de andar.

Neste tempo, sem tempo, andar é, talvez a melhor acção que o Homem pode fazer por si e pelos outros; pelo próprio planeta. Estamos esquecidos, mas andar é a primeira forma de viajar e, ainda hoje não temos outra maneira de ir tão longe como com os nossos passos.

Artigo completo, Notícias do Mar, set 2018:

https://www.dropbox.com/s/qlj8pxhusvpu4z3/a%20onde%20te%20levam%20os%20teus%20passos%20%28Not%C3%ADcias%20do%20Mar%20set%202018%29.pdf?dl=0

caminhar no estuário do Sado

caminhar no magnífico estuário do Sado e almoçar e visitar a quinta do projecto Romã é o nosso convite para domingo, dia 29.

tejo a pé em março e abril

desde há 10 anos que um grupo de amigos (amigo trás amigo) faz uma caminhada.

Tejo a pé porque a coisa surgiu informalmente na ex Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P.

em março andámos pelo Tramagal.

Notícia no Notícias do Mar que todos os meses nos publica:

https://www.dropbox.com/s/5wvqu6n2t3a5unw/noticias%20do%20mar%20-%20tejo%20a%20p%C3%A9%20no%20Tramagal%20-%20mar%202018.pdf?dl=0

em abril vamos ao Sado e Palmela, imperdível:

https://www.dropbox.com/s/f50ps07evv6zoet/caminhada%20-%20projecto%20rom%C3%A3%20%28abril%202018%29.pdf?dl=0

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan