Quando os amados velhos são desclassificados para idosos ficam logo a perder. Pior ainda é quando passam a “idosos e idosas”. Uma goleada sintetiza a coisa. Como se sabe, no norte morreram menos velhos com Covid do que no sul. Não é preciso gastar um cêntimo a fazer mais um estudo para sabermos porquê. É porque no norte há mais família e menos lar. Segundo o Público, em 2019, antes do vírus, a OCDE divulgou um relatório, sobre os cuidados aos velhos, que conclui “níveis de pessoal inadequados, má qualidade de trabalho e falta de qualificações, que põem em causa a qualidade dos cuidados e a segurança”. Entretanto começa-se a saber, ou suspeitar se preferir, que em muitos lares morrem mais velhos de tristeza do que de Covid. Os ridículos de Covid que vivemos têm num velho um efeito devastador, na “linguagem” de velho resume-se no desinteresse pela vida. Como se explica a um velho que agora não pode assistir ao crescimento dos netos e que não pode ver a família? Se houve tempo em que isolamento teve alguma razão, neste tempo chamo-lhe estupidez. Estupidez que não resolve coisa nenhuma e cria outros problemas. Sobretudo quando as orientações de entidades competentes se alteram como um cata-vento. Antes que seja tarde demais é tempo para que tudo isto seja doseado com bom senso. A não compreensão do que nos pedem começa a ser inaceitável. A reacção e o ajuste de mediadas leva uma enormidade de tempo e muitas vezes, quando as decisões são implementas já estão desactualizadas. Nos lares é tudo ainda pior, a mais das vezes as sucessivas decisões são contraditórias, o medo é ainda maior e faz o resto.
Deixem os velhos estarem com as suas famílias, verem e respirarem as suas casas, apanhar ar puro e os resultados serão bons.