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Serra Bendita

Seguimos com a Agenda Arrábida, este é o ponto 4 de 5.

Quatro: Programa Anual de Atividades.

Acreditem que o céu é o limite quando pensamos no programa anual de atividades da Arrábida; limpeza voluntária com envolvimento dos cidadãos, observação de aves, caminhadas, caminhadas temáticas, observação de flora, ervas aromáticas, “trails” desportivos, etc., etc.

Uma história pessoal levou-me a uma caminhada numa das mais bonitas Grandes Rotas do Mundo, nas terras altas da Escócia,  o West Highland Way (WHW). Como sabemos a Escócia e a natureza confundem-se. O campo, a floresta, os rios e os lagos entram pelas cidades, vilas e aldeias. Por isto, é impossível a um escocês ignorar o meio natural, vive na natureza. Esta faz parte do seu ecossistema e qualquer um, por muito distraído que seja, sente isso.Tudo é pretexto para ir ao campo usufruir do campo.

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serviço público

Pouco, ou nada, nos deve interessar se este ou aquele serviço é fundido com outro, se fecha ou abre. O que verdadeiramente nos deve importar é a qualidade desse serviço e quanto é que isso nos custa; o que todos temos que exigir são melhores e mais eficazes serviços públicos. Não é admissível que em qualquer terra um simples licenciamento, requerido por um cidadão, fique anos à espera, eventualmente de um melhor estado de humor do arquitecto ou outro decisor. A gravidade deste tipo de situações, que infelizmente todos conhecemos, ou até vivemos, é maior quando estão envolvidos fortes interesses económicos e sociais.

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arrábida 3

Serra Bendita

Seguimos com a Agenda Arrábida, enumerada anteriormente.

Três. Arrábida viva e vivida.

Arrábida viva é o que se deseja, exige. Alguém acredita que nada fazer, e pior, proibir a mais das vezes por ignorância, é sinónimo de vida? Não, não nos parece razoável que assim seja. Uma serra viva tem que ter vida, incluindo o Homem. Nós, humanos (não estou a falar de “bandidos ecológicos”), somos muitas vezes, vezes de mais, tratados por gente séria, o que é duplamente perigoso, como estranhos à natureza, aos ecossistemas.  Se não se importam a humanidade é tão natural como um morcego ou uma orquídea raros. A nossa origem é rural e mesmo a emergência cultural da nossa espécie assenta na criatividade histórica essencialmente imposta pelo meio biofísico em que sempre nos inserimos. Pessoas num espaço natural é natural, certo? Em Portugal, à beira de entrarmos na terceira década do século XXI tem de ser bom viver e usufruir um espaço natural como a Arrábida. Já agora que seja, não só possível, como incentivado acampar no campo.

Viver a Arrábida é qualquer coisa que toda a gente compreende. É do senso comum. O que acontece a todas as coisas que temos em casa e que não usamos? Degradam-se.  Porque razão com a natureza, como uma serra, ou um rio há-de ser ao contrário?

Arrábida viva e vivida tem, obviamente, inerente a condição de proteção e valorização do ecossistema. Proteger e valorizar a Arrábida é a mais importante condição que está subjacente à Agenda Arrábida, para que não restem dúvidas.

A proposta da Agenda nesta matéria deve assentar em infraestruturas/atividades que possibilitem viver a Arrábida e torna-la, cada vez mais, mais viva.

roteiro do Alentejo

O governo regional, isto é a CCDR – Alentejo, promoveu uma conferência a que chamou Roteiro para o Alentejo; uma terra “mais competitiva e garantidamente sustentável.” Não pude assistir mas tive muita pena essencialmente pela oportunidade perdida de ver e ouvir o amigo e colega Carlos Zorrinho, que muito estimo. Há muitos anos que não ouço o Carlos Zorrinho, que, por prémio ou castigo, pegou na mala e foi para Bruxelas. O Zorrinho navegou algumas ondas que há época me diziam alguma coisa, designadamente a treta do desenvolvimento sustentável.

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alentejo mágico

          paula varela, zambujeira, 17 – jan – 2019

arrábida 2

Dois, natureza. Um valor incalculável.

Calcular, em Euros, o valor do Capital Natural da Arrábida é a tarefa principal para proteger e valorizar a natureza e criar a riqueza para que se viva mais feliz nesta abençoada terra.

A natureza exige ser viva e vivida, esta deve ser a inspiração, o DNA, da Agenda Arrábida. A natureza não vivida é morta. A Arrábida merece e tem de ser vivida. Só assim pode ter vida e ser rica. A prática de proibir para proteger é errada. É tempo de corrigir tamanho disparate. A Agenda Arrábida deve começar por aqui. Como? A vida, o quotidiano, o bom senso mostra-nos que proteção e valorização de recursos não só são compatíveis como se complementam e potenciam. O inventário do Capital Natural da Arrábida está mais que feito. Falta calcular o seu valor em Euros, esta é uma tarefa não só necessária como prioritária. Esta informação vai possibilitar a tomada de decisão mais consciente e verdadeira. Logo de seguida vem a questão: o que fazer, como valorizar este potencial? Espreitar o que faz quem faz melhor que nós não custa muito. Provavelmente seremos surpreendidos pela simplicidade de muitas ações e, sobretudo, pelo seu efeito muito positivo. Isto é, contrariamente ao que se sempre pensa por cá, não são necessários milhões de Euros.

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país avariado

Suspeito que este país do faz de conta precisa de urgente arranjo. Estou enganado? Antes estivesse. Não passa dia que não depare com fartas evidências de que a tal crise ainda por aí anda e bem presente. Enganam-nos como querem e lhes apetece até ao momento que necessitamos de ir ao hospital, de viajar de comboio, de recorrer à justiça… Falar em eficiência energética, descarbonização, luta contra as alterações climáticas, aposta nos transportes públicos, economia circular, ciclovias, etc., etc., como faz com muita facilidade o Primeiro Ministro, ainda por cima com um subjacente e cínico sorriso, é fácil. Depois encalhamos num país miseravelmente produtivo que necessita de 2,5 vezes o seu território para gerar a nossa pobre riqueza, é mau demais.

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o moinho do cú torto

Aqui mora o Alentejo, o Moinho é a verdadeira alma do lugar. Muito mais que um restaurante o  Moinho é um monumento que tem Évora ao lado. Isto não é por acaso, há um homem como poucos, um homem que é uma força viva desta terra, o Sr. Ludgero. Por aqui, muito mais que almoços e jantares como em poucos restaurantes, acontecem coisas fantásticas pela mão deste Senhor e da sua equipa, um verdadeiro serviço público em prol da sua cidade, do Alentejo, da sua cultura e identidade.

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“a Índia não é uma viagem banal”

partilhar a experiência de uma viagem à Índia é o que vão fazer a Isabel,  o Rui e o António na Conversas de Cesta no próximo domingo às 18:00.

junte-se a nós e convide os seus amigos.

” a Índia não é uma viagem banal”, conta-nos o fotografo francês Georges Dussaud no seu novo album L’Odeur de l’  Inde. Muito curioso é o fotografo francês comparar a experiência que viveu na Índia com a sua larga “vivência de fotografia” no norte de Portugal.

No Público de hoje:

https://www.publico.pt/2019/01/06/culturaipsilon/noticia/georges-dussaud-india-nao-viagem-banal-1855025

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan