aRRÁBIDA, proposta de extinção do ICNF

Se os dinossauros se extinguiram, a bem da natureza e do capital natural, porque não se extingue o ICNF?

Já escrevi duas ou três vezes sobre a Arrábida, falando do que acredito serem boas ideias. E agora, como se passa à prática?

Qual a agenda essencial para a Arrábida? Desde logo AGENDA.

Um. Nada de estudos e estratégias, o melhor caminho para estragar dinheiro. Agenda é ação.

Dois. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) é dos maiores cancros deste país. Não só não faz o que deve como impede que outros o façam. Todos o sabemos, não me vou perder em exemplos e justificações. Basta saber que em Portugal é mau viver num parque natural…  Como é mau esperar por alguém lúcido que acabe com o ICNF; a Área Metropolitana de Lisboa deve exigir e reclamar para si a responsabilidade e gestão da Arrábida. Só vantagens para todos, a começar pela serra. Esta óbvia transferência de competências do ICNF para câmaras municipais já se faz.

Três. Arrábida viva e vivida. Se não for assim, não presta. Como se faz? Com pessoas e criação de riqueza – atividade económica. Acabe-se de vez com a ignorância de que conservar é proibir. Em Portugal é proibido acampar no campo. Há coisa mais estúpida? A Arrábida tem que ser vivida por todos os que cá vivemos; os turistas, muitos e com euros para pagar o “tesouro Arrábida”, veem a seguir. Por favor,  acabem com o tabu de que natureza e euros é incompatível. O valor que a Arrábida tem, pelo seu enorme capital natural, tem que se transformar em riqueza. Trilhos, uma rede de trilhos bem montada e estruturada, é um produto fabuloso, muito bem pago. Obviamente que esta rede, de pequenas e grandes rotas, tem que estar apoiada em alojamentos (comida e dormida) adequados à serra e a quem paga muito para dormir num muito simples bungalow. Se duvidam, há voos de baixo custo para a Escócia, vão ver.

Quatro. Programa Anual de Atividades: limpeza voluntária com envolvimento dos cidadãos, observação de aves, marchas temáticas, observação de flora, ervas aromáticas, “trails” desportivos, etc., etc. Infinitos exemplos – na mesma viagem à Escócia vejam o programa anual de atividades dos Rangers, os guardas florestais lá da terra.

Cinco. Os exemplos que possa aqui enumerar são infinitos. Fica apenas mais um: só falta fazer. Façam, por vós, pelos vossos filhos, pela vossa terra, pela Arrábida. Contem com a minha parte.

Comments are closed.

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan