um amigo mostrou-se preocupado porque as praias de Cascais não têm bandeira azul. Que bom. Uma decisão do governo local carregada de bom senso e clarividência. Bem hajam por ignorarem essa coisa que dá pelo nome de Bandeira Azul, uma instituição europeia que só serve para fazer de conta e estragar dinheiro. À custa da bandeirinha há, cá e lá, umas centenas, ou milhares, de gentes que vivem disto; bem podiam ir limpar as matas. Como sempre acontece, por cá, todos os anos ficamos contentes porque o número de bandeirinhas aumentou: temos melhores praias no Atlântico e nos rios. Mentira.
Se for “à sua praia” de olhos abertos vai confirmar o que escrevo, é mentira. Não confundir a coisa com novo e mais mobiliário. Por cá, na palermice, gostamos de ser os melhores. Temos uma associação Zero que ao sabor do ano vai apanhando uns dados dos ministérios, designadamente da Agência Portuguesa do Ambiente, e faz uns relatórios que muito bem sabe mediatizar. Qual é a fruta da época? Praias. Pois aí está, a Zero veio, mais uma vez, a propósito das praias, acrescentar ZERO. Aliás eles próprios também têm uma bandeira Zero, tal qual os ex-amigos da Quercus (ex-amigos porque a Zero – que nome mais adequado – nasceu de uma zanga na Quercus; tem que haver palco para todos). Vivam as bandeiras e as certificações do nosso contentamento. Tudo isto nos sai muito caro mas, provavelmente, mais barato do que se estivessem todos no desemprego, como deviam.