av. s joão de deus (évora)

A conhecida e importante avenida eborense reúne características únicas, eventualmente merecedora de algum tipo de classificação distintiva, como tanto se gosta por esta terra. Com este belo exemplo bem pode a autarquia exigir tudo e mais umas botas dos cidadãos. A S. João de Deus é a pior e mais perigosa avenida do país, é a pior e mais ridícula Estrada Nacional (no caso, um Itinerário Principal – IP2) e é o mais caricato e original corredor de hospital do mundo. Com tanta coisa boa só podemos estar orgulhosos. Mesmo para um eborense a boníssima artéria é difícil de compreender, como é possível uma coisa destas na cidade UNESCO candidata a capital europeia da cultura?

Estas qualidades não são de agora, têm décadas.  Acresce que contrariamente ao despovoado vizinho centro histórico, os prédios da avenida têm uma boa taxa de ocupação, vive ali muita gente. Um idoso ou um carrinho de bebé que utilize aqueles passeios goza uma experiência radical. Num topo estão os hospitais, bombeiros, etc., abrilhantados por uma muralha em ruinas, sinalizada há anos como perigosa (escola de enfermagem), no outro uma escola e um supermercado, também não falta a área de serviço, uma em cada topo, como em todo o IP que se prese. Se juntarmos ao indiscritível estado do piso dos passeios o lixo que normalmente lá se acumula a coisa fica ainda mais negra. Tudo o resto está degradado, sinalética, marcas na via, papeleiras etc. Resolver este cancro, já que se trata também de hospital, não é fácil e custa dinheiro que se gastou sem fazer obra (Évora tem muita divida mas não tem obra feita): plátanos abaixo, passeio repavimentado, cortina arbórea e arbustiva, barreiras protetoras entre a rodovia e o passeio, mobiliário urbano adequado, etc. Na prática, conhecendo a cidade em que vivemos, a coisa não tem solução e nós aceitamos

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan