agricultura familiar

A Assembleia Geral das Nações Unidas – Food and Agriculture Organization (FAO) vai dedicar a próxima década (2019-2028) à Agricultura Familiar. A FAO sabe a importância da agricultura familiar. Esta prática tem um papel fundamental na erradicação da fome, na sustentabilidade das zonas rurais, na produção diversificada de alimentos saudáveis e seguros, na preservação dos recursos naturais e da biodiversidade, isto é, na criação de riqueza, sobretudo, para os mais desfavorecidos.

Na verdade, a agricultura familiar produz a maior parte dos alimentos consumidos no mundo. É óbvio que com vantagens para todos, a cadeia “produtor – consumidor” vai ter que encurtar brutalmente, “retroceder” umas dezenas de anos como na época em que as nossas casas eram abastecidas pelos produtores locais. As vantagens deste “orgulhosamente suficientes” são tão óbvias e claras que se escusam de escrever. Começam na qualidade dos alimentos e terminam no desenvolvimento e sustentabilidade local. Nesta selva depredadora em que vivemos, dificilmente haverá outra opção estratégica tão justa e inclusiva como a agricultura familiar. Curiosamente, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em junho de 2017, aprovou as Diretrizes para o Apoio e Promoção da Agricultura Familiar, onde destaca, mais uma vez, a “importância para a sustentabilidade económica, social e ambiental das zonas rurais, ao seu potencial de incremento da produção agrícola, no seu papel na produção de alimentos saudáveis e seguros, na criação de emprego, na geração de rendimento, na diversificação produtiva, na gestão da terra e da água e na proteção e promoção da biodiversidade, a agricultura familiar merece atenção particular e a definição de políticas públicas diferenciadas.” Por que razão isto passa tão despercebido em Portugal? Provavelmente, os que nos governam julgarão que isto é só para países pobrezinhos, já me esquecia que agora somos ricos.

 

 

 

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan