chuva e vento num país pateta

Com o avanço da idade menos coisas nos vão surpreendendo. Todavia, no final da semana passada, ainda consegui ficar surpreendido com duas notícias que aparentemente nada têm a ver uma com a outra, mas têm. As escolas não têm dinheiro para o aquecimento das salas de aula e as crianças passam frio. Entretanto, o ministro autorizou que se pague essa despesa. Será mesmo verdade? O ministro e demais intervenientes não se dão conta do ridículo?

Um país tão auspicioso (sem crise) necessita da “bondade” de um ministro para as crianças não terem frio na escola? Francamente. Há qualquer coisa que não bate certo… Ou será que nos andam a enganar? No mesmo dia, noticiou-se vento, chuva, neve… no inverno é normal. O nosso instituto do tempo e a proteção civil, que tão bem nos protegem quando nada acontece, pintaram o país de amarelo e laranja. Mais um pouco e estamos a desejar que não chova. A mãe idosa de um amigo telefonou-lhe assustada… É também ridículo, pois com tanto amarelo e laranja ninguém os leva a sério. Um dia destes é mesmo a sério e acontece  como nos fogos. Tenham bom senso e não desperdicem o dinheiro que nos faz falta para tanta coisa: saúde, educação, justiça… Já agora, como não especialista em alterações climáticas, atrevo-me a prever que, brevemente, com o aumento da temperatura e com a aproximação da primavera, vão acontecer alguns fenómenos climáticos extremos totalmente imprevisíveis (não sabemos onde e quando). Depois disso, o que agora é aviso amarelo e laranja passará a azul – é a cor que a proteção civil usa para estas situações. Este é o ponto a que chegámos.

PS – Dentro da mesma linha, do ridículo, a cereja aconteceu quando a TV leader destacou a noticia que um rato foi avistado numa escola; a coisa virou escândalo, não sei se o diretor da escola é alvo de algum inquérito e se o ministério criou uma comissão para estudar o problema; pobres criancinhas que perderam a oportunidade de ver um rato.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan