geraldo plaza

Centro comercial, durante anos, décadas, este foi um dos temas mais hilariantes do círculo eborense. Prestou – se a tudo, até para que o centro comercial mais conveniente e justo que Évora poderia acolher – o Eborin – fechasse. Conveniente e justo porque tinha a localização ideal e as lojas necessárias, ainda por cima pertencentes a eborenses. Entretanto, quando o mercado quis, Évora voltou a ter o (in)desejado shopping.

Porque, sempre que possível, não troco a informação em primeira mão, a dos meus sentidos, pela segunda mão, fui ao évora plaza no primeiro dia. Voltei lá à procura de um livro que não encontrei nas livrarias habituais, assim vai ser sempre. Lá estava o livro, valeu a pena. Em ambas as visitas os corredores estavam compostos mas, curiosamente, praticamente não conheci ninguém, o que me agradou imenso. Perguntei-me, de onde vieram estas pessoas? Onde estariam antes do shopping abrir? Entretanto, a Praça do Geraldo parece ter ganho vida, o Natal e as Montras Vivas devem ajudar a esta impressão, ou será que é verdade? Alguns comerciantes do geraldo plaza dizem-me que, afinal, a nova plaza não está a fazer mossa e não será ameaça. Num mês passou-se de um extremo a outro. Da mesma forma que, a mais das vezes, o anterior discurso não fazia sentido, este também pode ser algo desajustado. O tempo o dirá. Para já uma coisa é certa, Évora está igual, agora com um shopping onde não se consegue comprar um jornal, que não tem uma farmácia ou uma lavandaria. As opiniões convergem ou divergem, não devemos cair no exagero ao pretender fazer ressaltar semelhanças sem ter em consideração os conflitos. Na verdade as particularidades eborenses não se integram facilmente noutras realidades.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan