o Tejo num congresso

Há duas semanas o Tejo ia ter mais um Congresso, não aconteceu sabe-se lá porquê!

Lamento dececionar os mais inocentes, mas nesta, como noutras matérias, está tudo dito e todos sabem o que devem (têm) de fazer; só não fazem se não quiserem. Sobeja (e muito) a legislação, os instrumentos de gestão vigentes e tudo o resto. Apenas se pede uma ação que proteja e valorize o rio e que conduza a um Tejo onde se nade e pesque, somente isto. Ou seja, políticas e práticas que contrariem o habitual “proibir” e incentivem o bom uso, pois o rio devolve-nos exponencialmente tudo o que por ele fizermos.

Como sabemos, é o Tejo que, deste sempre, acompanha a história desta boa terra e estrutura este imenso território, desde a fronteira até à capital. Assim será no futuro mesmo que o queiramos ignorar. Num território de matriz essencialmente rural, com água e solo – e que assim vai continuar a ser mesmo que as fabulosas aplicações para os smartphones nos queiram convencer do contrário –, o essencial é promover a prosperidade rural, reforçar as cadeias de valor rurais, investir na viabilidade e vitalidade rural, preservar o ambiente rural, gerir os recursos naturais, apoiar a ação climática, impulsionar o conhecimento e a inovação, valorizar a governança rural, dinamizar a implementação e simplificação das políticas, melhorar o desempenho e a prestação de contas. Este último ponto, prestação de contas/resultados, não é, obviamente, inocente; ao contrário do que se possa pensar, nunca faltaram meios financeiros para se fazer o certo, infelizmente sempre se gastou imenso dinheiro com poucos resultados e ninguém foi chamado a contas. Apesar de tudo o “capital Tejo” é imenso. Um Tejo vivo e vivido é tão só o que desejamos; para quê mais um congresso?

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan