o capital natural ignorado e mal tratado em Portugal.
um país pobre que proíbe em vez de incentivar à natureza viva e vivida.
“Perscrutar os segredos do Mira, o rio mais monitorizado do Alentejo”
este foi o tema que Carlos Dugos nos trouxe à Conversas de Cesta.
o tempo e o espaço como pilares de dois modos de vida.
o simples e o complexo.
o eterno contencioso entre o viver no espaço e agir no tempo ou a inversa.
será que o betão nos prende?
voltamos dia 26 com pensamento positivo por Florbela Dias.
Cruzamentos (série 4)
15 Março
Igreja de São Vicente, 21:30
Carlos Cupeto apresenta
A mística do instante (2014), de J. Tolentino de Mendonça
«A forma como nós lidamos com o tempo é anómala porque deixámos de ter tempo. O tempo é uma invenção humana, mas nós nunca temos tempo. [Urge] Uma reconciliação profunda com o tempo, com os ritmos mais humanos, com a necessidade do descanso, do repouso, da sedimentação, para que cada um de nós possa sentir-se habitado, sentir o sabor das coisas pequenas […]»
J. Tolentino Mendonça
Ler Tolentino Mendonça é esbarrar na simplicidade da vida que tanto gostamos de complicar. Independentemente da crença, ou da religião de cada um, Tolentino Mendonça é uma referência e um pilar da cultura contemporânea portuguesa. «Ler as páginas de Tolentino é realizar uma experiência de amizade. As suas palavras são palavras privadas ditas em público. São acolhedoras porque mantêm a raiz profunda da experiência e abrem a um diálogo em que o leitor se sente protagonista», escreve Antonio Spadaro, director de La Civiltà Cattolica (Itália).
Na verdade as palavras e as ideias em Tolentino Mendonça assumem uma dimensão e um sentido únicos; até o mais complexo dos temas ganha uma simplicidade e clareza que nos conforta e ajuda nos grandes desafios, tanto quotidianos quanto existenciais. É esta vocação quotidiana, prática, local, próxima e pessoal que nos transporta para o essencial. Nestes tempos de grandes desafios globais e pessoais, «a mística do instante é uma declaração de amor à vida e um empenho na construção de um futuro comum.»
Carlos Alberto Cupeto nasceu em Cano / Sousel. Licenciou-se em Geologia na Faculdade de Ciências de Lisboa., tendo regressado a Évora, onde se doutorou em Hidrogeologia Ambiental e onde é professor universitário há mais de 30 anos. Foi membro do quadro dirigente do Ministério do Ambiente durante 10 anos (INAG, ARH do Tejo, APA). Realizou assessoria ambiental para a ASSIMAGRA e CEVALOR durante vários anos, tendo desenvolvido e implementado a política ambiental no sector das rochas ornamentais. Foi fundador e director durante vários anos da Associação Portuguesa das Empresas de Tecnologias Ambientais,
Assessor Técnico e Delegado Regional da Unesul – Associação Universidade Empresa do Sul – e director da revista Indústria & Ambiente, durante quase 10 anos. Esteve envolvido num grande conjunto de projectos de cariz nacional, tendo cerca de meia centena de trabalhos publicados. Carlos Cupeto possui também Carteira de Jornalista, tendo um blog onde partilha a suas experiências, preocupações e agitações (www.otrosmundos.cc).
Inscrições e informações
jaf@escritanapaisagem.net ou 931763350.
Cruzamentos (série 4) é um projecto da Colecção B, com curadoria de José Alberto Ferreira. Tem o apoio da Direcção Regional de Cultura do Alentejo, da Fundação Eugénio de Almeida e da Câmara Municipal de Évora.
esta é a grande tertúlia do vinho do Alentejo: Coisas de Vinho.
na última quinta feira do mês, um convidado, um tema, e um produtor e um local – o vinho e tudo à volta.
o brilhante Professor Francisco Ramos da Universidade de Évora vai falar do que muito sabe como só ele sabe – verdadeiramente imperdível.
tabernas, arte e ciência.
a boa conversa e um copo de vinho.
sinta-se convidado e convide.
a Conversas de Cesta volta este domingo com mais um interessante e actual tema, “nomadismo, sedentarismo e as sociedades contemporâneas.”
o convidado é Carlos Dugos.
participe na transição para um mundo melhor.
partilhe e convide os seus amigos.
domingo, dia 13, 18:00, Junqueiro (Parede/Carcavelos).
Já escrevi sobre o tema mas o absurdo é tão grande que merece honras de título: o problema da chuva. Assumo ter pouco tempo, um bem que muito valorizo, para me sentar em frente à televisão. Todavia, às vezes é inevitável, como no almoçar num espaço público com um ecrã à frente dos olhos. No final da semana passada choveu um pouco e nas terras altas nevou. O canal público, provavelmente em perseguição do serviço público, foi incansável no alerta do risco de chuva, neve e vento. Pateticamente, proclamava a chova como um risco. No limite, as nossas crianças apreendem que a chuva é uma coisa má e perigosa. O ridículo destes tempos chegou a isto. Muito a propósito, um amigo comentou que ainda “vamos chegar ao momento de morrer de fome enquanto olhamos alegremente para uma galinha que se passeia à nossa frente sem saber o que lhe fazer.”
Se tiver dez mil euros disponíveis todos os meses para fazer o bem, como os aplico? Dou comida aos pobres? Apoio crianças deficientes? Famílias sem trabalho? Refugiados? Atribuo bolsas de estudo a estudantes universitários? Ou apoio a Quercus para pagar os ordenados dos seus empregados? E mais uma infinidade de hipóteses. Outra questão igualmente pertinente é sabermos para onde vai o dinheiro dos nossos impostos? Esta foi precisamente a primeira pergunta que o primeiro dos oradores formulou num debate sobre “Cultura fora de portas: e para quem não pode vir ter connosco”, organizado pela Acesso Cultura que decorreu simultaneamente em Évora, Faro, Lisboa e Porto.
Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan