sempre o Tejo

cancioneiro da sustentabilidade

A Rosmaninho Editora de Arte honrou-me com a publicação de um livro, o Cancioneiro da Sustentabilidade. Escrevo um dia depois da apresentação deste no Centro Cultural de Cascais, onde umas dezenas de pessoas conversaram à volta do tema publicado. Depois de Évora, agora Cascais, seguir-se-ão Elvas, Parede e Lisboa. É um tema que há umas dezenas de anos se mantém atual e assim vai perdurar, embora gasto. Gasto de tal forma que durante algum tempo evitei a palavra sustentabilidade. Quem de quando em vez me lê sabe que não tenho paciência para os lugares comuns e que as mais das vezes ando ao revés, não porque isso me dê algum gozo mas sim porque conheço e penso. Muito mais que uma compilação de textos, este livro tem uma lógica e uma proposta associadas; também por esta razão, desejo promover o debate e criar a cultura que me seja possível – as tertúlias e as caminhadas em que vou participando, parece que não mas contribuem para este objetivo. Alguns dos textos que integram o livro têm mais de quinze anos e foram publicados em vários jornais e revistas, e isso não é nada despiciendo, antes pelo contrário: os leitores e o tempo validaram-nos; “aos costumes disse nada” (tudo está na mesma); e, a Terra tem uma capacidade de resiliência brutal. Mas o mais relevante mesmo é o “aos costumes disse nada” nos seus mais diversos significados e subtilezas. A grande maioria destes textos, sobre a mãe Terra, o valor do local (up local) e a economia da Terra (economia verde), são desalinhados do status quo e apesar de serem tendencialmente propositivos raramente provocam reações, sejam elas quais forem. Isto carateriza bem o povo que somos, bem acomodado no sofá com um comando de 200 canais na mão que quando sai à rua diz mal de tudo e de todos mas que nada faz para mudar o que seja porque há sempre alguém responsável. Se juntarmos a inveja, temos o pacote perfeito.

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coisas de vinho – saber útil

uma nova iniciativa agora em Évora/Alentejo: coisas de vinho, uma tertúlia sobre o vinho e tudo à volta.

como deve ser uma rede informal de partilha de saber útil.

na última 5ª feira de cada mês às 18:15.

sinta-se convidado, convide e partilhe – um enorme contributo para um mundo em transição onde os patrimónios locais assumem protagonismo.

Coisas de Vinho [tertúlia, o vinho e tudo à volta], Outubro 27, ‘Vinhos do Alentejo, construir o futuro’. Loja Divinus Gourmet, 18:15, Évora.

 

alentejo certificado?

A certificação do Alentejo foi anunciada no Évora Hotel onde decorreu uma conferência internacional (estavam lá uns espanhóis) sobre a certificação do destino turístico; isto é, o  Alentejo e o Ribatejo, segundo o presidente Ceia da Silva sempre na frente , vão ser o primeiro destino certificado.  Nesta coluna, sem ter nada a ver com o assunto, já escrevi que a “moda” da certificação já passou. O mercado, leia-se o consumidor, começa a desconfiar dos selos, bandeiras e certificações que tudo lhe garantem. Vejam o importantíssimo sector automóvel e a credível e global marca alemã  Volkswagen – compreendem agora ao que me refiro e o porquê do meu ceticismo? Voltemos à certificação do destino Tejo.

Na verdade nesta matéria começo a ficar cada vez mais desconfiado do milagre do turismo, perdoem-me os muitos entusiasmados com o setor. No caso a Entidade Regional de Turismo (ERT) parece que faz milagres.

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sustentabilidade à conversa [Conversas de Cesta]

convite-cascais-23-de-out-18h

No próximo domingo, dia 23,  a Conversas de Cesta é à volta dos verdadeiros desafios da sustentabilidade. A motivação é o Cancioneiro da Sustentabilidade recentemente publicado.

Desda vez, 18:30 no Centro Cultural de Cascais.

Vale a pena a troca informal de saber útil.

Sinta-se convidado e convide.

pagar o sol

Três assuntos distintos, mas só aparentemente, motivam o meu escrito desta semana.

O sucesso das startups, palavra, e não só, que nos invadiu por todo o país e que me tira do sério. As startups, para os felizes que não sabem, são as eventuais empresas do futuro que se criam no presente supostamente garantindo a sustentabilidade do país e das cidades. Querem-me fazer crer que um contentor cheio de putos com portáteis a inventar tretas se traduz na riqueza e bem estar das pessoas? Portugal, Braga, Évora (?), etc. estão na moda das startups. A minha desconfiança é porque não me dizem quem vai plantar as couves e regar as laranjeiras? Confesso que não procurei muito, mas ainda não consegui encontrar um destes maravilhosos projetos que tratasse do mais essencial: água e alimentos. Em frente.

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Conversas da garrafa

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Como quase sempre acontece um “tremor de terra” pessoal empurrou a Lígia Horta para a olaria.

O ambiente, a cor, o cheiro, o barulho da roda… o barro, elevou a nova barrista para a inspiração e motivação que criou a  garrafa: “o barro invadiu a minha vida”.

Mais uma interessante conversa no fim da tarde de domingo – todos os meses no segundo e quarto domingo.

Dia 23, 18:00, excepcionalmente no Centro Cultural de Cascais falaremos de sustentabilidade à volta do livro Cancioneiro da Sustentabilidade.

Sinta-se convidado e convide.

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Mesmo em trabalho de campo um “banho de floresta” é sempre muito bom, muitas mas muitas vezes melhor que o “magnífico” ginásio. O que vemos no campo depende dos olhos de cada um. Ir ao campo com colegas que sabem muito de plantas é uma experiência inolvidável.

Fui convidado por quem conhece bem o mundo das plantas a ir além do substrato rochoso por onde normalmente me fico, na boa justificação de que tudo o resto, desde a morfologia ao coberto vegetal, depende das rochas – o que até é verdade. Nos campos de Torres Vedras, o saber científico que me acompanhou desde Évora foi divinamente complementado pelo saber local de quem faz daquele campo a sua casa, como são o Luís Gomes e o Sr. João Alves.

O nosso país (ainda) tem destas coisas: no Oeste, junto à capital, o território está bem povoado, tem um tecido económico e social bem relevante (assim fosse em todo o país) e a geodiversidade é magnífica; todo o restante património natural é consequência. Se acrescentarmos a boa visão dos bons autarcas que decidem sobre este território, é natural que tenha surgido a Paisagem Protegida Local das Serras do Socorro e Archeira. Foi por aqui que andei mais uma vez, muito bem acompanhado, e onde fui novamente surpreendido com um episódio que merece ser partilhado e que justifica este escrito.

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a garrafa

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esta é garrafa/peça de arte muito útil

garrafa, o tema da Conversas de Cesta no próximo domingo que interrogou alguns, o verdadeiro “Deus quis, a Lígia Horta fez e a obra nasceu”.

num país onde a inovação e o empreendedorismo deixam alguma coisa a desejar esta é a peça que demonstra tudo o que deve e ainda mais um sonho.

5ª de Rana (Parede-Cascais), dia 9, 18:00 – sinta-se convidado e convide.

uma garrafa e tudo à volta

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domingo, dia 9, 18:00, como habitualmente na 5ª de Rana, vamos trocar informação útil numa, sempre animada, conversa.
Lígia Horta vai-nos falar da garrafa que muito para além da sua paixão é (eco) inovação, design, um enorme desafio, etc., e um objecto muito conveniente a todos nós.
uma garrafa de barro que para além de nos por a água à temperatura ideal (como antigamente) é uma magnífica peça de arte.
muito agradecemos a vossa ajuda na divulgação, junto dos vossos amigos, contactos e redes sociais, etc.

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan