Todos, uns mais que outros, sabemos que quando se fecha uma porta se abre um portão. Ou, como uma lesão num joelho pode virar uma oportunidade? Quem corre a maratona sabe que a vontade de o voltar a fazer, e fazer novamente sem fim, nunca passa. De repente passou-me pela cabeça, talvez as Olimpíadas do Brasil não sejam inocentes, voltar à maratona. Porque não o Porto, a rainha das maratonas em Portugal? Como se viu recentemente no Rio, provavelmente, a maratona é a prova desportiva mais imprevisível, tantos são os fatores que contam. Mas o grande desafio acontece nos meses antes, a preparação. Se esta não for a conveniente chegado o dia não há santos que nos valham. Regressado de uns dias de férias, tomada, mais ou menos, a decisão há que passar há ação, a única forma de atingir objetivo, este ou outro qualquer. Quase como “quem corre por gosto não cansa”, com todos estes ingredientes, o disparate, chamado “excesso de treino”, estava mesmo ali à esquina. Na verdade, no pós-férias, três dias consecutivos com treino de intensidade muito superior ao aconselhado só podia ter dado em lesão. Sobretudo quando as mazelas já são muitas e, com realismo, só faltava saber “onde queres esta lesão”? Assim foi, nesse terceiro dia praticamente não consegui dormir com o joelho a gritar de dor contínua, aguda e persistente.
Posto isto, a segunda parte da história envolve as boas companhias que sempre na vida nos ajudam, quase como um anjo da guarda. Quis a “sorte”, esta coisa das coincidências, que dá pelo nome de sincronicidade nunca falha, que a companhia fosse boa. Solução: corrigir muita coisa antes de começar a preparação para o Porto, que obviamente fica para 2017 – novembro é já amanha. Para corrigir, segundo a mesma sapiente fonte, nada como a água. Água e piscina em Évora chama-se AMINATA. Lá fui ao AMINATA, pela primeira vez. Lembro-me de há muitos anos o clube ter sido fundado, lembro-me de alguns fundadores que em Évora sempre estiveram ligados à natação mas na verdade passaram muitos anos e nunca tinha estado no AMINATA. Ao fim de duas semanas, depois da porta fechada, só posso considerar o AMINATA como uma janela escancarada. Tudo é bom. As instalações, os técnicos, os colegas de luta etc. Será que a generalidade dos eborenses sabe da excelência do clube e piscina que tem ao seu dispor? Este como qualquer clube só faz sentido e só é viável se tiver pessoas, o efeito é bem conhecido; uma comunidade que faça desporto é bem mais saudável e feliz. Vem isto a propósito da piscina fechar ao domingo por falta de utentes. Alguém normal consegue explicar? Só mesmo uma sociedade doente, e porque não escrevê-lo, ingrata, se dá ao luxo de ignorar e não aproveitar um clube como o AMINATA. Na verdade esta cidade tem coisas que só lembram ao diabo.
PS – o título deste escrito pretende tocar dois mundos em Évora, nadadores (AMINATA) e corredores (Correr em Évora).