A Ana Luísa, minha amiga de há quarenta anos, tem uma loja na Av. Guerra Junqueiro em Lisboa – a avenida que sai da Praça de Londres para a Almirante Reis. Outrora, a Guerra Junqueiro tinha nome, e o comércio de rua vivia de algum charme. Os tempos ficaram difíceis e a Ana há uns anos decidiu esquecer a lamúria e dedicar a sua energia a um movimento de comerciantes da avenida. Ao longo dos anos fui sabendo de algumas histórias incríveis, na verdade, só com muita força e persistência se consegue chegar a bom porto. Mas lá conseguiram. Há dias vi na TV o enorme sucesso de mais uma iniciativa deste movimento de comerciantes, uma open night. É assim, este exemplo que conheço com alguma proximidade mostra como se faz, como se tem de fazer. O centro UNESCO de Évora só pode renascer, com movimentos deste tipo, que façam a sua parte e que deixem de reclamar junto de outros as causas de todos os males.
Com satisfação começo a ver que alguma coisa surge, muito embrionário mas com muito valor e potencial. Refiro-me ao Arraial do Largo, dias 17 e 18, a meritosa iniciativa que poucas pessoas está a por de pé. É uma primeira experiência que merece toda a atenção e carinho por parte de quem também tem alguma fazer, designadamente a C Municipal. Com facilidade se compreende que são iniciativas deste tipo que podem contribuir para que Évora seja viva e vivida. Esta experiência deve servir de laboratório para desenhar e experimentar outras iniciativas. Se funciona em Lisboa, também terá resultados em Évora. Antes que Évora (o centro) tenha gente (o mais difícil) é bom que valha a pena vir do Bacelo, dos Canaviais ou do S. José da Ponte até cá. Para já apoiar com tudo o que é possível a meritória iniciativa do Arraial e depois do merecido sucesso, aproveitar a motivação e energia positiva para outros eventos, são os pequenos, enormes passos, que Évora necessita e merece.