O que aqui hoje escrevo passa-se no Alentejo mas acredito que também um pouco por todo o país.
Num almoço muito tardio em Évora saboreei uma magnífica poejada de bacalhau e ovo cozido. Quase em jeito de sobremesa, logo que saí do restaurante deparei com um outdoor, também ele tardio uma vez que respeita a um evento de maio de 2014. Anuncia-se um Festival de Ervas e Chás do Mundo a decorrer em Beja e Mértola.
Não está em causa a bondade da conhecida associação de desenvolvimento local que organizou o evento, muito menos o programa de desenvolvimento regional (dinheiros públicos) que apoiou financeiramente o evento, está em causa tudo. Não sei, nem quero saber, mas suspeito, das razões que levam às ervas do mundo em vez das Ervas do Alentejo. Como se o Alentejo nesta matéria levasse lições ou ensinamentos de alguém. Como se algum alentejano se interessasse pelas ervas do mundo, ou como se fizesse algum sentido falar das ervas do mundo em Beja. Que ervas e mundo são estes? O mais curioso é que se fizermos uma rápida leitura dos objetivos do evento e do vasto e rico programa continuamos a não compreender o porquê das ervas do mundo.