verão com ciência

Há cerca de 15 anos que o Ministério da Educação e Ciência, através do programa Ciência Viva, promove no verão uns milhares (leu bem) de iniciativas gratuitas que facultam e tornam acessível a ciência às pessoas. De 15 de julho a 15 de setembro, por todo o país, envolvendo um significativo número de promotores, quase trinta mil pessoas participaram neste enorme e diversificado conjunto de iniciativas. Temas como geologia, castelos, biologia, faróis, astronomia ou engenharia são algumas das matérias em que se inserem estas atividades.

Um país que tem uma iniciativa destas só pode ser magnífico, pena é que não sejamos assim em tudo. Depois de muitos anos, e de muitas dezenas de atividades, posso escrever com autoridade: a Ciência no Verão é qualquer coisa de fantástico! Muitos milhares de pessoas, habituais “clientes” sabem e subscrevem o que afirmo; muitas outras descobrem anualmente estas oportunidades de ver e fazer coisas únicas num ambiente são, informal e acessível a todos. Muitos dos participantes fazem-no em família e a presença de crianças é muito comum, o que torna tudo ainda mais interessante. Ao convívio e partilha familiar juntam-se momentos de aprendizagem e lazer.

Como se escreveu as atividades disponíveis resultam da iniciativa de diferentes promotores, locais ou não, como universidades e politécnicos, associações, autarquias, Centros de Ciência Viva, etc.

Olhando para a distribuição espacial das atividades, torna-se evidente que todo o vale do Tejo é pobre em iniciativas. Exceptua-se Constância que, pela mão do referente Máximo Ferreira (Centro de Ciência Viva de Constância), com o seu imenso saber astronómico, e a própria autarquia no magnífico Parque Ambiental de Sta. Margarida com um muito significativo e incontornável conjunto de atividades; o resto é um deserto.

Custa compreender como a Ciência no Verão passa ao lado dos politécnicos, das autarquias, das próprias comunidades intermunicipais e também do “Viver o Tejo”, entre outros. Com tanto para mostrar e promover, a ciência é um excelente, para não dizer, a melhor e mais sustentável motivação e argumento para viver, mostrar e partilhar a região.

Somos excelentes no queixume, no “inventar” tontices que só servem para gastar o dinheiro que não se tem, enquanto que oportunidades destas, como o Ciência no Verão, são ignoradas e não são aproveitadas.

Fica, desde já, o desafio, para que no próximo ano o vale do Tejo bem aproveite o Ciência no Verão e promova um conjunto de iniciativas que nos orgulhe. Note-se que, estas atividades têm um largo espectro de participantes, desde idosos a crianças, população local e visitantes. Isto é, a todos serve. Pelo sucesso que o programa anualmente confirma, é daqueles temas que não tem discussão nem reflexão. A somar a tudo isto, a habitual justificação da falta de meios e euros não existe, e por isso, só falta mesmo fazer.

Cada um só tem de fazer o que deve: o vosso dever é mostrar o que fazem no vale do Tejo e para isso nada melhor que o Ciência no Verão.

One thought on “verão com ciência

  1. Para seguir: Amigos de otros mundos, não há dúvidas do acima exposto, com mais algumas excepções: Carsoscópio – Centro de Ciencia Viva do Alviela, morcegos e maciço calcário estremenho, constituido e vocacionado para a sensibilização didática dos mais jovens, mas que tem evoluido, aprendendo e intervindo gradualmente na divulgação da cultura e economia regional. Quinta do Arrife – Anilhagem de aves. Golegã – Paul do Boquilobo. Valada – Passeios turisticos, recreativos e culturais, fauna e flora, Palhota e Escaropim. Azambuja – Vala do Palácio Real e mais a sul, já no estuário do tejo grupos de estudo das cegonhas e das corujas, moinhos de marés, etc. Nesta area Santarém é na verdade uma lástima em atividades de divulgação e disseminação do conhecimento para a cultura da razão cientifica. Capital do Gótico, o peso da tradição com o excesso de igrejas e conventos podem levar a conformismo, hábito e falta de estímulo cético, a confusão de atitudes, a clubes de interesses, de pessoas, organismos e entidades oficiais, na falta de reconhecimento. Esperemos que com algum esforço de nossas atitudes, se possa evoluir no sentido mais certo e consistente.

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan