Oriah, sonhador da montanha. Ancião Índio.
Não me interessa o que fazes para ganhar a vida. Quero saber qual é a tua “dor”, e, se te atreves a sonhar e encontrar o que o teu coração anseia. Não me interessa quantos anos tens. Quero saber se te arriscarias a ser um “tonto” por amor, pelos teus sonhos ou simplesmente pela aventura de estar vivo.
Não me interessam que planetas fazem a quadratura da tua lua. Quero saber se tiveste coragem de tocar o centro da tua dor, se as traições da vida te fortaleceram ou pelo contrário te enfraqueceram e se te reprimes com medo de sentir mais dor. Quero saber se te consegues “sentar” na tua ou na minha dor, sem te moveres para a esconderes ou tratá-la. Quero saber se consegues desfrutar da ALEGRIA, tua ou minha, se podes dançar de modo selvagem e deixar que o êxtase te inunde até às pontas dos dedos das mãos ou pés, sem pensar que temos de ser cuidadosos e realistas, nem recordarmos as limitações dos seres humanos. Não me interessa se é verdadeira a história que me contas. Quero saber se necessitas desiludir outra pessoa para te sentires autêntico contigo próprio, se podes suportar a acusação de seres um traidor e não te atraiçoares a ti próprio e à tua alma. Quero saber se podes ser fiel e portanto uma pessoa em que posso confiar. Quero saber se consegues sentir a beleza, mesmo quando nem todos os dias são belos e se podes encontrar a fonte da tua vida na sua presença. Quero saber se podes conviver com o fracasso, teu ou meu, e apesar disso parar à beira de um lago e gritar SIM, ao prateado de uma bela lua. Não me interessa nem onde vives nem o dinheiro que tens. Quero saber se podes pôr-te de pé depois de uma noite de dor e desespero, esgotado e golpeado até aos ossos, e fazer o que há a fazer pelas crianças. Não me interessa quem és nem como chegaste até aqui. Quero saber se ficas comigo, no centro do fogo sem olhar para trás. Não me interessa onde estudaste, nem o que estudaste, nem o que fizeste. Quero saber o que te guia desde o teu interior, quando todos os demais falam. Quero saber se podes estar só contigo mesmo, e se te agrada verdadeiramente a companhia que procuras nos momentos vazios e de solidão.
“TUDO O QUE DAMOS FICA PARA SEMPRE NOSSO”
Eric-Emmanuel Schmitt
Muito obrigado pela partilha de conhecimento.
Bem haja.
Muito bom e oportuno para os tempos que correm.
Para as dúvidas, não existem “porquês” e “serás”, a resposta está na vida, tal como esta se apresenta. Portanto, para sentimentos não há explicações.