mundo rural

Recentemente na boa terra de Oleiros decorreu o 1º Congresso Nacional de Turismo Rural. Na verdade foi bem mais que isso, tratou-se essencialmente do campo, do mundo rural.

Todavia, é certo que o turismo, designadamente, o turismo de baixa intensidade para turistas exigentes que procuram produtos de qualidade, é a grande aposta do campo. Oleiros não terá sido escolhida por acaso, e constitui um excelente exemplo do “muito bom” que se faz por esse país fora. Não se trata apenas de bons exemplos, há uma clara estratégia que é concretizada ano após ano. É verdade, há um país real com um enorme potencial, um território de imensa qualidade, com um património natural ímpar onde é possível viver feliz.

Não só o atual contexto nacional, como as grandes tendências globais (crise alimentar, saturação das cidades, desemprego…), cada vez mais, vão-nos empurrar para o campo. O regresso às origens é incontornável. Provavelmente, Portugal é dos países ocidentais onde isso pode acontecer com mais sucesso, em Oleiros isto prova-se.

O caminho não é fácil, além de estratégias locais diferenciadas é necessária persistência e trabalho em parceria. Nenhum território conseguirá ganhar alguma relevância nesta matéria isoladamente. É necessário olhar para o lado e ganhar escala através de sinergias conjuntas. Também nesta matéria Oleiros é um bom exemplo, integra a Naturtejo que há muito, consegue, passo a passo, estruturar uma oferta que vai muito para além dos produtos turísticos habituais. Um bom exemplo é o Geopark que não pára de se consolidar e “crescer”.

O Geopark Naturtejo foi o primeiro Geoparque com o selo da UNESCO a surgir em Portugal, integrado na Rede Europeia e Global de Geoparks. Este destino privilegiado de Turismo de Natureza procura promover os laços de comunhão entre a cultura e a paisagem. Na aparente monotonia da planura, quebrada apenas pelo agreste das suas montanhas residuais e pela profundidade dos seus vales fluviais encaixados, o Geopark Naturtejo conduz à descoberta da paisagem que caracteriza os 4.600 Km2 do seu território, todo classificado. Este território oferece no seu conjunto um vasto e riquíssimo Património Natural, Histórico e Cultural – que vai desde o Parque Natural do Tejo Internacional e Serra de S. Mamede, aos sítios Rede Natura da Serra da Gardunha.Relata-se uma unidade milenar entre as infundidas práticas humanas e o ambiente inspirado, até ao vasto e riquíssimo património cultural que as pessoas que aqui vivem, transportam por iguais heranças, através dos usos, costumes e tradições, que se refletem nas práticas do dia-a-dia, na gastronomia, no artesanato, nos produtos regionais, na música, práticas religiosas, entre muitos outros eventos e acontecimentos ao longo do ciclo anual. Com toda esta dimensão, aqui, o limite é o céu, isto é, a vontade e a imaginação do turista.

Esta estratégia é também um caminho inovador de desenvolvimento sustentável, tendo por base o seu património de excelência para criar riqueza, influenciar o PIB do território, criar emprego líquido e garantir a preservação desse mesmo património para as gerações futuras.

Nunca foi tão verdade que o nosso campo tem muito passado, e por isso tem também muito futuro.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan