Mesmo que a maioria olhe para o lado e o negue, o medo domina a nossa vida, muito mais do que o miserável vírus. O medo leva-nos ao instinto de segurança. Para além de segurança há apenas, e só, mais duas palavras essenciais para nós; recursos e abrigo. Sempre assim foi e será. Todos temos de garantir os recursos mínimos de sobrevivência, água, energia e alimentos no topo, e, um abrigo confortável (e seguro), se possível com jardim, piscina e grande garagem…, o sonho mais pateta deste modo de vida. Com os países é igual. Por cá, confiamos tudo isto, o mais essencial, ao Costa, Jerónimo e Catarina, o Professor Marcelo sustenta e o Rio empurra. A maioria dos portugueses estão descansados. Outros, um número (milhões) cada vez mais significativo, que vive no submundo da pobreza, diariamente não pensa além de conseguir algum alimento, o mais provável pela caridade do todo poderoso e “protetor” Estado e de particulares. Uma ínfima minoria como tem inquieta-se. Enquanto isto, os nossos guardiões, em cima citados, fazem-nos acreditar que os amigos europeus existem para nos salvar, sempre que pedinchamos ajuda. Acreditamos nisto, somos um povo pobre, profundamente inculto e muito fácil de governar. O habitual é esbanjar recursos e entornar dinheiro em cima dos problemas sem nada resolver. Gostamos do faz de conta. Pouco do essencial é feito, isso implicaria muita verdade e mudança profunda de atitude, aquela pequena coisa que faz toda a diferença. Assumir o nosso destino na nossa mão é coisa que nem nos passa pela cabeça; para quê a suficiência alimentar se os outros produzem muito mais barato e tudo nos cá chega já embalado e pronto a consumir? Basicamente vivemos de estratégia em estratégia à beira mar plantados. Há dias, quatro ilustres professoras amigas juntaram-se e escreveram mais uma estratégia para a nossa salvação (www.2030.pt). Isto sim, é o que nós gostamos, estratégias e planos, uns atrás dos outros.
Ri palhaço, chora homem, sofre cão.
Como saímos deste beco?