No passado, presente e futuro, assim será, apenas três condições essenciais motivam a Humanidade: recursos, abrigo e segurança. Tudo o resto é paisagem. Todavia, pelo modelo global que nos rege, estes três “essenciais” têm andado aparentemente esquecidos. Os limões que compramos a 2€/kg chegam-nos do Chile e viajamos para Londres a 30 €. O mais grave é que consideramos tudo isto normal e natural. Acredita nisto? Talvez valha a pena começar a desconfiar desta mentira.
Depois da campainha ter tocado em 2008 tudo ficou na mesma e agora há um estrondo, um vírus global. O que se vai passar a seguir, provavelmente, é o mesmo, nada.
Não direi que há uma oportunidade, como a Ministra da Agricultura, mas antes uma necessidade. Os recursos locais são, na verdade, os que valem. Farto-me de o escrever mas não me canso; os recursos essenciais são o solo e a água. Obviamente que isto não interessa às bolsas, às multinacionais, à banca… Baralha-se, controla-se o vírus e viva o up global, por aqui ficamos, tudo na mesma.
E se pensássemos um pouco no up local, talvez seja uma boa ideia.
Objetivamente: fortalecer a economia local. Como? Povoando o interior com quem nos interessa e trabalhar para a suficiência alimentar como desígnio nacional. Bem sei que isto choca muitos dos que por aí andam como arautos do “bem”, paciência.
Em 2016 publiquei o Cancioneiro da Sustentabilidade, um livro que tem um capítulo com 50 páginas sobre este tema. Propostas e ideias não faltam, obviamente discutíveis. Por último, talvez, a proposta mais importante de todas, por si e pelos seus, pense pela sua cabeça.