Aqui mora o Alentejo, o Moinho é a verdadeira alma do lugar. Muito mais que um restaurante o Moinho é um monumento que tem Évora ao lado. Isto não é por acaso, há um homem como poucos, um homem que é uma força viva desta terra, o Sr. Ludgero. Por aqui, muito mais que almoços e jantares como em poucos restaurantes, acontecem coisas fantásticas pela mão deste Senhor e da sua equipa, um verdadeiro serviço público em prol da sua cidade, do Alentejo, da sua cultura e identidade.
Chegar ao O Moinho, sem entrar na difícil Évora e estacionar sem problema, e ser presenteado com umas pataniscas é algo de indescritível, provavelmente até os descrentes desconfiam que Deus pode existir e fazer um part time naquela cozinha. Depois das entradas, é entregar a coisa ao Sr Ludgero e já está. Por tudo isto, muitas vezes fora e longe de Évora dizem-me; “ah! Évora, vou lá para almoçar ou jantar no Moinho”, fico orgulhoso e, mais uma vez, grato ao Sr. Ludgero. Além da clássica ementa alentejana, de cariz eminentemente caseiro, os produtos do campo, no seu tempo, como as catacuzes ou as beldroegas, fazem parte do cardápio. Ao sábado o Sr. Ludgero faz pão que podemos trazer para casa. Uns dias mais tarde dá aquelas sopas de pão que não se conseguem contar. E pronto, o resto não se escreve, saboreia-se e agradece-se, não há outra forma.