o elefante do Tejo

E a montanha pariu um elefante. Um elefante que o Ministério do Ambiente (MA), o Governo e o Estado Português aceitam como se fossem pipocas na matiné do cinema. A nós, povo, cabe-nos assistir, impávidos e serenos, aos programas da impreparada Fátima Campos Ferreira – lembram-se do programa sobre o Alentejo diretamente de Reguengos de Monsaraz? Tejo: desde logo a coima de 12.500 €, à Celtejo, proposta pela Inspeção Geral do Ambiente, transformada numa advertência pelo tribunal, confirma a empresa como cumpridora da lei, isto é, das regras impostas pelo MA. Não bate certo já todos o compreendemos.

Entretanto, ainda na água, num jornal de grande importância nacional a Universidade do Algarve promoveu-se com uma enorme lista de oferta formativa onde constam duas pós -graduações: Avanços Científicos em Ciclo Urbano da Água e Novas Tecnologias Aplicadas ao Ciclo Urbano da Água. Será que estes títulos atraem algum estudante com juízo? A necessidade de inovar leva a estes ridículos, a loucura destes tempos é mesmo generalizada.

Como não há duas sem três, finalmente, os portugueses podem-se orgulhar de sermos um país na linha da frente. A partir de agora os gajos podem ser gajas e as gajas gajos, com um simples acto administrativo vinculado no Cartão de Cidadão. Os portugueses conseguiram aquilo porque sempre sonharam e que constituía uma das nossas maiores necessidades. Bem haja senhora coordenadora, Catarina Martins, por nos proporcionar tamanho passo civilizacional. Assim, na verdade, se prova que saímos da crise, e, para tudo o resto que nos falta, quase nada, “os ricos que paguem a crise”.

 

Comments are closed.

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan