Saio da habitual opinião, a razão é grave e justifica-o plenamente. Não se trata de uma história de que ouvi falar, são factos vividos por pessoa próxima. Vai-se a uma urgência quando se necessita. Volta-se à urgência por maioria de razão. Passam-se mais de 24 horas na sala de atendimento permanente do Hospital de Évora. Segue-se um internamento e a retirada da pedra da vesícula. Quase tudo normal, dez dias depois o regresso a casa para aguardar a necessária e anunciada operação à vesícula, prevista para uns meses depois. Começa aqui a história porque em dias sucessivos, a horas diversas, a situação clínica da doente agrava-se e obriga-a a regressar várias vezes às urgências do Hospital do Espírito Santo onde padece muitas horas de espera, sempre com o mesmo fim, regresso a casa com uns comprimidos para as dores.
No limite, alguém da família tem o discernimento, e a possibilidade de dizer, “venham imediatamente para Lisboa.” O destino é o Hospital de Cascais Dr. José de Almeida onde a doente chega às 15h com uma enorme crise de dores. Dá entrada nas urgências, faz exames e dizem-lhe de imediato que a situação é grave e tem de ser operada de urgência… às 17h está a ser operada e ás 20h está no recobro. Se assim não tivesse sido o que teria acontecido? E quem não pode “fugir” do Hospital do Espírito Santo? O país é o mesmo, mas, felizmente não é todo igual. Não vale a pena escrever muito mais, apenas acrescento que esta história não é única, sei de fonte segura que outro doente eborense teve que recorrer a um hospital particular em Lisboa para ter a intervenção necessária e que por estes dias o tempo de espera nas Urgências de Évora anda pelas 8 (oito) horas; tempo mais do que suficiente para chegar a Lisboa tranquilamente se a situação clínica o permitir. E ainda me contam que saímos da crise?