prós e contras em Reguengos

A televisão pública prestou um péssimo serviço ao Alentejo e ao país ao vir a Reguengos promover o discurso do miserabilismo orquestrado pela moderadora.

Poucos se aproveitaram, pela positiva destacaram-se o Ministro da Agricultura e o Presidente da Câmara Municipal de Reguengos, também um ou outro empresário empreendedor.

As palavras  chave foram abandono e água. Alentejo abandonado? Mas abandonado por quem? Só se for pelos próprios alentejanos. Como é óbvio não há passos de mágica para trazer pessoas para o Alentejo. Não há lei, estratégia, ou incentivo que valha. A questão é essencialmente cultural e sistémica, aceitamos que a vida na cidade, quanto maior melhor, é que é boa e que o campo é miséria. Muita gente prova o contrário. Enquanto ao fim de vinte e picos anos de estudo um licenciado sair da universidade sem capacidade de criar a sua própria riqueza dificilmente isto muda. Já agora, como foi possível a Reitora da Universidade de Évora não ter tido a palavra? Enquanto o programa decorria devia ter-se levantado e saído. Bem pior foi o presidente do governo regional, isto é da CCDR – Alentejo. Como é possível falar-se do futuro do Alentejo sem que este responsável abra a boca? Esta sim é a verdadeira crise do Alentejo.

Água? Não há região nenhuma da Europa que tenha uma reserva estratégica de água como o Alentejo. Pois, se não chove há problema, se não houvesse Alqueva havia catástrofe. A palermice foi tão grande que não deu para compreender  o que quer Fátima Campos Ferreira? Que se construa outro Alqueva? Talvez dois seja mais acertado… Haja paciência. O discurso de garotos anti – Praça do Geraldo foi a cereja em cima do bolo. Verdadeiro problema, não só Alentejo mas do país, é o tal “licenciamento”, mas aí pouco ou nada os governos podem fazer, proliferam os mangas de alpaca que sustentados por um emaranhado de legislação insistem que o país continue pobre.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan