alterações climáticas no Expresso

A seguir ao Ronaldo, este é o tema com mais longevidade e persistência nos media. Com um bocado de sorte, o Ronaldo acaba (daqui a muitos anos, espero) e o clima vai continuar na ordem do dia. Já que mais não seja porque o Serviço Nacional de Proteção Civil quer mostrar trabalho e declarou a chuva como inimigo público número um. Qualquer chuva serve para lançar algum tipo de alerta; provavelmente, as crianças de hoje, homens de amanhã, vão acreditar que chover é uma coisa má. Por esta altura, os campos do Alentejo estão surpreendentemente floridos. Será que é a primavera a chegar mais cedo?… Nada na Terra é estável e muito menos o clima. O problema é quando a mudança é desequilibrada, como é o caso. As situações extremas (seca e cheias) sempre aconteceram e irão acontecer, provavelmente com mais frequência, embora não se saiba onde e quando. No que respeita às alterações climáticas, se se disser a um bejense que é catastrófico que a temperatura suba em média 2°C ou mais, ele ri-se à gargalhada. Todos eles sonham com mais 2° C em Monte Gordo, para onde vão (quase) todos, no próximo verão. Estamos numa grave encruzilhada que poucos levam a sério. A par do cidadão de Beja, os nossos ecologistas, cientistas e políticos estão no mesmo saco; não podem ser levados a sério quando abordam tão grave problema com a proposta de troca de lâmpadas em casa ou com um frigorífico energeticamente mais eficiente. Na mesma ordem de ideias, o dia europeu sem automóveis é uma heresia hipócrita. Isto é qualquer coisa semelhante a tratar um cancro com uma aspirina. São urgentes medidas com outro alcance.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan