Foi no passado dia 7 em Vila Nova da Barquinha que se falou do Tejo sustentável. Curiosamente nesse mesmo dia a edição semanal (Lezíria e Médio Tejo) do O Mirante tem como capa “poluição regressa ao Almonda…”, é claro que Almonda é Tejo. Em que ficamos? Falou-se, bem. Nem sempre se fala bem mas desta vez falou-se bem, descontemos os ambientalistas da nossa praça que vivem noutro mundo, acreditam em milagres e querem o Tejo de há 50 anos: demolimos as barragens e compramos energia (nuclear?) a Espanha? Sustentabilidade do rio é um enorme desafio e uma história que tarda em acontecer. Considerando os justos e inalcançáveis (?) objetivos da organização, entre a utopia do “tempo volta para trás” e o politicamente correto ouvimos alguns dos maravilhosos mundos que “governam” o Tejo. A grande questão é saber o que fica para o dia seguinte? Ou seja , no que resulta positivamente tudo o que se ouve e conversa nestes auditórios? Na prática, como se concilia a ação dos “donos do rio” e o mundo real das populações e atividades econômicas locais/regionais que vivem o rio e do rio?
Júlia Amorim, a Presidente de Constância, falou com verdade e autoridade, deixemo-nos de ilusões, tudo o que se possa afirmar e dizer nesta Conferência vale o que vale mas não vai resolver os muitos problemas do Tejo. O que na verdade conta é o dia a dia. Só para ouvir a Presidente de Constância valeu a pena vir à Barquinha. Uma nova “coligação do nosso rio” parece ser uma realidade, disse Nuno Lacasta. É necessário arrumar a casa…, que estranho: ainda estamos a arrumar a casa? Outros, Paulo Constantino, estão satisfeitos porque o Tejo faz parte da agenda política do país, Assembleia da Republica e Governo. Como se isto viesse resolver alguma coisa? A presença de Pedro Serra na mesa é a garantia de simplicidade de ideias, conceitos e verdade, só ao alcance dos bons. Tudo fica claro, até o açude de Abrantes que não devia existir. Também percebemos pelas suas palavras que, como sempre, para além do enorme desafio existe uma real capacidade instalada para conseguirmos melhorar o rio de todos. No fim Carlos Martins, reconhecido e experiente técnico do sector, como todos os governantes, tem um discurso marcadamente otimista e aponta para o trabalho conjunto e articulado que está a ser desenvolvido por várias entidades. O pior de tudo, muito surpreendente, é sabermos que ao fi m de cerca de 20 anos de estudos e planos, se admitir que faltam realizar alguns estudos complementares. Como é possível? É altura de aplicar conhecimento, assumir responsabilidades, monitorizar e avaliar resultados. Sem dúvida uma boa jornada que anuncia um Congresso do Tejo que será, sem dúvida, esperamos, um momento de cumplicidade em prol do Tejo.