Clube de Futebol Eborense – o Alentejo no seu melhor

Nos subúrbios eborenses tudo pode acontecer, até o melhor. Há tempos pelo DS soube que o bar/restaurante do Clube de Futebol Eborense no bairro do Frei Aleixo tinha nova gerência e propostas gastronómicas interessantes. Não vá isto ser verdade, vale a pena ir espreitar e provar; se bem o pensei, melhor o fiz e em boa hora. É mesmo, o improvável acontece quando e onde menos se espera.

Não é só a qualidade dos pratos, muito para além disso, o Luís recebe como ninguém. Provavelmente, o seu passado no estrangeiro deu-lhe uma atitude muito diferente, para muito melhor, daquela a que estamos habituados em Évora e no Alentejo – uma simpatia e disponibilidade profissional invulgares. A juntar a tudo isto, o Luís tem artes de cozinha. Ao tradicional soma e arrisca com o toque pessoal e sai-se muito bem. Começa, desde logo, com a excelência dos produtos e termina com o melhor bolo de bolacha do Frei Aleixo e arredores. Não esquecendo o vinho da casa, a garrafeira é feita por quem sabe; o Luís já andou por estas andanças do vinho. Contamos ainda com um preço justíssimo. Imperdível, experimente e verá. Mas há mais, animação bem alentejana. Neste sábado por um preço popular há jantar com fados e no dia 18 cante alentejano. As barracadas e festarolas da Praça do Giraldo que se cuidem. O Alentejo no seu melhor, uma surpresa em cada esquina. Porque razão um morador do Frei Aleixo vai para a Praça do Giraldo, onde parece que tudo começa e acaba, até as corridas e as caminhadas? Não é fácil encontrar a expressão do caminho do sucesso da cidade de Évora, já o sabemos. Não tenho dúvidas que vou ver os Bonecos de Santo Aleixo ao Garcia mas logo de seguida, raspo-me para o Frei Aleixo. No centro UNESCO as ruas e travessas estão abandonadas e desertas mas cheias de chineses a comprar recordações horríveis em lojas de chineses. Todavia, há bons exemplos, reparem no (quase) renascimento do Largo Álvaro Velho onde a Mercearia do Largo e as lambretas do Pedro quase fazem lembrar a vida da saudosa Paquito. A cidade é assim, o que fazemos dela.

Comments are closed.

Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan