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A minha vontade seria escrever hoje sobre o “bárbaro” corte de árvores no “magnífico” bairro do Bacelo mas isso fica para a semana. Hoje tenho que terminar o tema “Arraiolos”.

Tenho privilégio de, no final de tarde de sol, estar no gabinete na Universidade no edifício Luís António Verney. A vista para o casario eborense é espetacular e quase que tudo compensa.

O dia em que escrevo estas palavras é o 8 de março, pela data a própria cidade responde à minha pergunta: “o que fazer em Évora?”.

Neste dia da Mulher ao fim da tarde na Praça do Giraldo há intervenção e cultura, passo por lá, e dou com uma pequena mistura de pessoas. Entre estudantes e eborenses, assim se compõe a “barracada” habitual de forte cariz ideológico e politico. Não vejo mais do que o início da atuação das tunas porque às 18:30, a poucos metros dali, na rua do Raimundo, pela mesma razão, o dia Internacional da Mulher, a Classe de Canto da Universidade vai cumprir a Terças Musicais com um conjunto de áreas de conhecidas óperas. Foi magnífico. Na sala estavam alunos e professores da Escola de Artes; Évora tem uma Escola de Artes, imagine-se. Nenhum eborense, e poucos estudantes e professores que não fossem de Artes assistiu.

Na manhã deste mesmo dia fui ao Mercado e não consegui comprar salsa. Embora não pareça mas os dois episódios estão muito relacionados.

Sabemos que a cidade em que vivemos é a que fazemos. Suspeito que a resposta à minha pergunta está nestes episódios. O programa comemorativo de tão significativa data da cidade de Évora ignorou tão sublimar iniciativa (Terças Musicais, a homenagear da melhor forma a Mulher), a própria Universidade anda “distraída” e o Mercado pode fechar porque não serve para nada. É esta a Évora que fazemos e por isso ao domingo à tarde não há nada para fazer.

Valha-nos a Ana Moura que vem a Évora no dia 1 de abril.

Como nem tudo é mau, neste mesmo dia 8 subi aos livros da livraria Nazareth e dei com magnífico livro de António Murteira – Comeres com Poemas para Viver um Grande Amor.

Oh António Murteira, como é que se dá a volta a isto?

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan