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Castelo de Vide, 2016, a alegria de ter um bastão de “avelano”.

Para quem anda um bastão (vara) tem três funções principais, sustenta a marcha do caminhante – como um terceiro pé – e confere poder, faz a ligação entre a Terra e o Céu e, finalmente, tem a função de proteção, por exemplo, de cães.

Em 2000 no caminho francês para Santiago tive o privilégio e a responsabilidade de merecer uma vara e uma vieira entregue por Pablito. Em Azqueta, uma aldeia Navarra, “Pablito de las varas” recebeu-me em sua casa – museu vivo do Caminho. Só com o passar do tempo, e dos quilómetros, fui compreendendo o verdadeiro significado daquelas horas com Pablito, um ícone do Caminho. Muito mais que me oferecer o famoso bastão de “avelano”, Pablito ensinou-me a usá-lo e a caminhar. Os mais de 650 km que ainda faltavam até Santiago foram percorridos de maneira diferente. Muitas, mas muitas vezes, a vara que me acompanhava, quase que serviu de senha, às vezes senha silenciosa.

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Azqueta, em 2000, a 650 km do destino, Pablito ofereceu-me e ensinou-me a caminhar com um bastão.

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Uns anos depois, por 2004, quando vivi num monte alentejano próximo de Évora, em pleno inverno a mulher que me passava as camisas, acendeu a lareira com este meu sagrado bastão. Só em 2016, no dia 17 de janeiro, em Castelo de Vide/Marvão, voltei a ter uma vara de “avelano”.

Como um simples pau pode fazer feliz uma pessoa!

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan