Turismo- “aquela força que puxa o mundo”; o vírus que contagia milhões para viajar, parece aplicar-se a Portugal. Todavia, acredito que o bom momento do turismo em Portugal se deve muito mais ao arraste da conjuntura internacional, e, muito menos, pelo mérito próprio em trabalhar bem o sector em Portugal.
No Centro de Portugal, há uma joia – as Aldeias de Xisto. Muito mais do que as casas de xisto por ali trabalha-se muito bem o tema do turismo, há produto, alma, profissionalismo e simpatia na oferta. Vale a pena espreitar e conhecer; até porque é muito perto.
Já conhecia alguma coisa destas terras, mas entretanto os anos passam… Com pouco tempo para descansar da rotina, não podia ir para muito longe e não podia falhar. A escolha tinha que ser acertada. As Aldeias de Xisto foi a minha escolha. Acertei e vivi três dias fantásticos. Às vezes, esquecemos que vivemos num país com infraestruturas muito boas, as estradas são magníficas para passear, vistas soberbas e sempre com acesso a tudo o que necessitamos. Chegar a uma terra, mesmo que seja uma aldeia, e perguntar a um habitante “olhe, por favor, se fosse almoçar onde ia?” é ter a certeza que vai ter muita vontade de lá voltar. Para pernoitar a qualidade da oferta é a mesma: diversificada, boa, com preços justos.
Também já sabemos que o melhor de tudo, mas mesmo o melhor, é o que não pagamos: uma natureza única, paisagens de cortar a respiração, praias fluviais que são autênticos tesouros; tudo imbuído de uma cultura e tradição sem paralelo, e, já agora, gente muito boa. Há muitos anos, quando o atual presidente da câmara municipal do Fundão, Paulo Fernandes, imaginou este produto (Aldeias de Xisto) demonstrou uma visão e um mérito que lhe devem ser reconhecidos. O mesmo se deve a José Dias, que na Pampilhosa da Serra fez uma “praia verde urbana” de gosto e qualidade superior, muito bom em qualquer parte do mundo.
Arrisco a dar-vos o conselho de visitarem e conhecerem as Aldeias de Xisto, há muita informação na internet, mas também há bons guias de papel que não consigo dispensar.
Antes de terminar tenho que prestar homenagem à Lisete e à Milu, que no Talasnal, aldeia da Serra da Lousã, no soberbo restaurante Ti Lena, me brindaram com o melhor bacalhau que já comi e com uma simpatia sem preço. Como se não chegasse o licor do Curral (bar na mesma aldeia) e o encanto da Rosário deixaram – me sem vontade de regressar a casa.
Vão quanto antes e não percam no Fajão uma piscina gratuita que faz dar uma gargalhada quando pensamos nas “magníficas piscinas panorâmicas” dos melhores hotéis de Lisboa.