bicicleta

Porque será que a bicicleta está na moda? As cidades criam e implementam ciclovias, as estradas enchem-se de ciclistas que pedalam por prazer e nos campos as BBT reinam. É assim porque a bicicleta é um meio de transporte e lazer muito favorável para quem a usa. As vantagens na sua utilização são tão evidentes que não é necessário justificá-las. Na verdade, as bicicletas são baratas, limpas, rápidas para as condições urbanas, exigem infraestruturas mais económicas e contribuem para a saúde do utilizador.

Vem tudo isto a propósito do que consideramos um excelente produto turístico; o Ecovias de Portugal anuncia a “Ecovia 14 que permite viajar em modo slow travel, utilizando a bicicleta, entre Lisboa e Évora”. Como sabemos, mas muitas vezes ignoramos, este tipo de produto turístico tem larga aceitação na Europa e milhões de praticantes. Se conseguirmos colocar esta informação nos canais próprios internacionais, muito em breve vamos ter muitos turistas a chegar a Évora by bike. O mais interessante deste tipo de prática é que não serão só Évora e Lisboa a beneficiar, pois a bicicleta possibilita, e exige, um contacto muito local, ao nível da aldeia e do lugar. Na verdade, segundo os promotores, está disponível o “roteiro turístico com toda a informação útil ao viajante em bicicleta: informação de cada etapa, onde dormir, onde comer, pontos de interesse a visitar, lojas e oficinas de bicicleta, gastronomia e tradições, números de emergência, etc.”

Sabendo nós que Lisboa atrai um número de turistas até há pouco impensável, que começam a causar alguns conflitos na cidade, são este tipo de produtos que podem aproveitar a onda e consolidar o país como verdadeiro destino turístico. Se assim não for, um dia destes a moda Lisboa, Porto e pouco mais, acaba como começou. Não é demais reafirmar que temos um conjunto de patrimónios (natural, cultural, arquitectónico, etc.), associados a um clima e infraestruturas únicas que anunciam um enorme potencial para o sucesso. Assim o queiramos.

Muito significativo é o facto de começarem a surgir iniciativas, como a presente, pela mão de privados que acrescentam ao território grande valor. Mais uma vez afirmamos que a paisagem, e tudo o resto, pode ser soberba mas se não for vivida pouco importa. É uma infraestrutura, como uma ciclovia, que o possibilita. O que interessa ter uma magnifica gastronomia se ninguém a saborear?

 

A Grande Rota do Tejo (Caminhos do Tejo), sobre a qual muitas vezes já aqui escrevemos, encerra, também ela, uma enorme mais valia para o vale do Tejo. É necessário que quem de direito (autarquias, comunidades intermunicipais, etc.) não deixe passar mais uma oportunidade, até 2020, para a implementar no terreno. Tudo o resto, e é muito, virá a seguir.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan