Os olhos tapados ou custo do orgulho de ter uma companhia aérea de bandeira? Esta pode ser a grande questão. Não parece, mas a privatização da TAP, é uma história já com vinte anos.
O tema TAP tem andado na boca do mundo português com intensidade. Os jornais e a televisão todos os dias deitam achas para a fogueira e em qualquer lugar público é muito comum o cidadão opinar e falar do assunto. Tem estado na ordem do dia e provavelmente vai continuar a estar. É o tema perfeito para nos tapar os olhos sobre o que verdadeiramente interessa.
A TAP é efetivamente estratégica para o país? Ou o que nos deve importar é a qualidade e custo do serviço? Veja-se o exemplo dos Açores, onde durante anos a exclusividade estatal castrou o que a abertura do mercado em poucos meses valorizou, essencialmente com enorme benefício para os açorianos.
O que custa a TAP a cada leitor de Diário do Sul e o que lhe dá ela em troca é a única questão que nos deve importar.
Para além da opinião/emoção ideológica, algum dos presados leitores está devidamente documentado para ter uma opinião avalizada sobre o assunto? Algum de nós imagina o que é o caderno de encargos ou o relatório de concurso de um negócio destes? Não creio. Não me sinto minimamente documentado para ter uma opinião que vá para além da emoção pessoal. Por isto não me distraio com a TAP. Exijo que quem nos governa decida e tome a melhor das decisões para o país. Outra coisa não admito e não me passa pela cabeça. Tranquiliza-me um Tribunal de Contas, que fiscaliza, de elevadíssima competência e liderado por alguém completamente idóneo e respeitado.
Se olharmos para o que nos rodeia vemos companhias aéreas que faliram, outras fundiram-se e muitas capitalizaram-se com capitais privados. Haveria outra alternativa para a TAP?
Estamos disponíveis para suportar greves terroristas e imorais de 10 dias?
Por tudo isto, a minha reflexão desta semana é convidar-vos e centrarmo-nos no essencial. O essencial que sempre preconizo, é por ele que aqui estou, assenta no espírito consubstanciado pelo Diário do Sul, o local/regional. Sinto na pele a qualidade dos serviços e do meio onde vivo e é isso que me importa – a economia global não tangível e que não olha a recursos nem a meios vai ter que ser revista. Também sinto os milhões de euros que o Estado foi enterrando na TAP e que somaram para o bolo que faltou para a educação, saúde, justiça etc.
Seja como for só o tempo dirá se decidiram bem.