mais Tejo

Provavelmente Tejo é a palavra mais transversal deste jornal. De uma forma ou outra, direta ou indiretamente, a todos interessa.

Não há semana em que o Tejo não seja notícia. Muito mais que isso, é o Tejo que estrutura social, cultural e economicamente toda esta vasta região. Tejo que é a riqueza deste belo território. Muito para além das suas margens, o rio são as pessoas e as pessoas são o rio. Mas, para além das pessoas, há as corporações, as atividades económicas e todo um conjunto de interesses que muitas vezes parecem antagónicos. Todavia, se o rio for respeitado facilmente se compreende que o aparente conflito de interesses se esbate.

Vem isto a propósito da agenda de cada parte que vai ditando a atenção e os ecos sobre o rio. Entendemos que deve ser muito diferente, mais do que impulsos pontuais com motivações nem sempre claras; defendemos antes um contínuo de monitorização responsável e consciente. Este rio merece uma ação continuada, permanente e persistente de todos. É esta ação, não aquela que cada interessado, cada parte, cada sector identifica e entende como oportuna, que o Tejo pede.

Em troca do muito que nos dá, à agricultura, à industria, ao turismo, o Tejo é um ecossistema vivo e tem as suas necessidades, a sua agenda. É esta agenda que conta e tem valor e aquela a que devemos atender, não a que cada um considera oportuna e necessária em função dos seus interesses, às vezes, até políticos.

No presente, formalmente, o que o Tejo nos pede, isto é, nos exige, é que participemos, com responsabilidade, na discussão pública, em curso, sobre as mais importantes questões e assuntos no que ao rio dizem respeito. Mais do que desabafos, comunicados ou lamúrias estão abertas à discussão pública as Questões Significativas da Gestão da Água do Tejo.

Em www.apambiente.pt todos nós, cidadãos, grupos de interesse (agricultores, empresários, operadores turísticos, autarcas, etc) temos acesso ao documento que identifica os temas mais importantes sobre o Tejo. Até 17 de maio, é a altura e o momento para que cada um dê e fundamente a sua opinião. A 28 de abril em Lisboa e a 29 em Alcanena, o importante documento vai ser apresentado e discutido. E mais, se não o fizer agora, moralmente perde todo o direito de o fazer mais tarde.

É aqui, à beira deste magnífico rio, que queremos ser felizes. Isso depende de cada um de nós saber respeitar e viver este lugar. Estas terras, que tudo nos dão e quase nada nos pedem, necessitam de nós. Depende apenas de nós fazermos deste lugar, da nossa terra, um lugar ótimo para viver. E nesta matéria, como quase sempre, ninguém pode ficar de fora e demitir-se na confortável posição do “eles” ou “não tenho nada a ver com isto”. É este o momento, agora, para defender o Tejo; só lhe resta fazer a sua parte.

 

 

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan