mirante

Provavelmente uma das partes piores desta tarefa de escrever semanalmente num jornal, isto é, no Mirante, é estar aqui sentado sem tema que valha a pena. Muitas vezes é a leitura do próprio jornal que nos tá mote. Outras procuramos no dia a dia algo que possa ser útil aos leitores. Depois, algumas vezes, escrevemos mal ou somos mal interpretados pelo que escrevemos. Todavia há momentos que valem a pena, muito a pena. Mais do que isso, há um orgulho enorme e a consciência do privilégio por escrever estas linhas todas as semanas.

Em Rio Maior na entrega dos Prémios Personalidade do Ano todos os presentes certamente compreenderam a dimensão deste jornal. O tal jornal de proximidade e que por isso também é seu. Em Rio Maior entendi muito claramente que este jornal, por dentro e por fora, é um modelo e exemplo verdadeiramente ao serviço de toda uma região e das suas pessoas. Felizmente este desígnio é reconhecido por todos.

Muitas vezes, vezes de mais, por mim o escrevo, andamos distraídos e não valorizamos o que temos. Como seria bem mais pobre e frágil toda esta vasta região sem o Mirante. Relevante é que todas as pessoas que se ouviram em Rio Maior expressam isto mesmo de forma clara e inequívoca.

Muito mais que um jornal que noticia e opina o Mirante é um pilar de grande importância económica, social e cultural. Aqui se mobiliza e estrutura uma rede de informação útil que por isso mesmo todos apreciam e lhe dão valor.

Ainda mais, aqui borbulha um modelo de monitorização cidadã impar e único que promove na região um compromisso de mudança e melhoria continua. É também por isto que fazem todo o sentido os Prémios aos melhores que todos os anos são entregues.

Conforme escreve Tolentino Mendonça “a grande crise, a mais aguda, não é sequer a dos acontecimentos, decisões e deserções que nos trouxeram até aqui. Dia a dia sobrepõe-se um problema maior: a crise de interpretação. Isto é, a falta de um saber partilhado sobre o essencial, sobre o que nos une, sobre o que nos pode alicerçar, para cada um enquanto individuo e para todos enquanto comunidade, os modos possíveis de nos reinventarmos.” Atrevo-me a arriscar que este é, provavelmente, o principal mérito e papel do Mirante, contribuir claramente para um modo de vida mais feliz de quem vive nesta boa região.

O caminho é certamente um sentido de vida mais próximo e solidário que nos conduz a qualquer coisa bem melhor do que temos hoje. A nossa ambição não pode ser menor e pelo que ouvi e vi em Rio Maior estou certo que, com a participação de todos, cada um no seu papel, assim será.

 

 

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan