Um país é a forma como trata os seus animais, terá dito um dia Ghandi. Uma enorme verdade.
Todos os dias sabemos de autênticas barbaridades, contra bichos indefesos. Muitas vezes ao nosso lado, na nossa rua.
Felizmente o inverso também é verdade, isto é, os bons exemplos, de respeito para com os animais, são cada vez mais comuns.
Por outro lado, a investigação e os estudos mostram, a quem necessita, os benefícios que os animais de companhia trazem à vida de quem os tem por perto.
Há muito que nos EUA muitas empresas autorizam que os animais acompanhem os seus donos nos locais de trabalho, a produtividade aumenta. Em muitos países, os animais podem visitar os donos hospitalizados; os próprios médicos agradecem, porque os animais ajudam na recuperação dos pacientes.É clássica a boa relação entre os animais de companhia e as crianças. A boa educação destas muito agradece e dá gosto ver uma criança a brincar com um gato ou um cão e vice-versa.
Recentemente, um jornal diário noticiou que “cães ajudam crianças a aprender a ler”. O projeto da Câmara Municipal de Silves chama-se LER Cãofiante e resulta de uma “parceria entre a Biblioteca Municipal, o setor de Psicologia da Câmara Municipal de Silves e o Agrupamento de Escolas de Silves. O objetivo é apoiar um grupo de alunos do 3º ano da Escola EB1 de Silves a aprender a ler, através de sessões de terapia assistida por cães.” É fantástico este exemplo e este testemunho. Diz a psicóloga que lidera a iniciativa que “o objetivo é proporcionar às crianças um contacto com livros, divertir-se e ao mesmo tempo trazer os cães para um momento excecional.” Uma criança confessou que quando chega a casa lê “para o hamster de estimação”.
Nalguns países, como é óbvio, os cães podem acompanhar os donos numa refeição no restaurante, pois uns e outros sabem-se comportar. A propósito de bom comportamento, um hotel anunciava que aceitava cães com donos bem comportados porque nenhum cão tinha levado, até ao momento, uma toalha ou um cinzeiro…
Os bons argumentos, se necessários, a favor dos bichos que partilham connosco o espaço em que vivemos são infinitos. Quem os tem sabe que isto é pura verdade e que o difícil, às vezes, é encontrar palavras para aquilo que os animais nos dão. Confesso que o Simão e o Matias não me ensinaram a ler mas ensinam-me, todos os dias, o que mais nenhum humano o conseguiu fazer de forma muito eficaz e carinhosa.
Se nunca teve um animal de companhia, experimente, está na hora de arriscar. Este é daqueles riscos que vale a pena correr porque não há risco. O bicho vai ser uma lufada de ar fresco na sua vida e todos ganham.
Na sua terra há, de certeza, muitos animais que procuram um dono e que em troca muito lhe vão dar. Adopte. Esta é também uma forma de melhorar o nosso país.