Uma tarde à beira rios em Constância é óptimo para conversar. Sobretudo se a conversa for boa, como foi o caso.
Não conhecia o Carlos. Hoje conheço o Carlos depois de uma hora de conversa em Constância.
O Carlos e a sua empresa, a Ponto Aventura, são o exemplo do que deveria ser comum no nosso país. Infelizmente estamos muito longe desta realidade e por isso somos pobres e, se não mudarmos de atitude, vamos ser cada vez mais pobres.
O Carlos mostra, na prática, em Constância o que é ser empreendedor, inovador e competente no que estudou na Universidade. Assim vale a pena estudar na Universidade e pagar propinas. O Carlos estudou desporto em Rio Maior, a seguir voltou à sua terra, a melhor terra do mundo, e fundou uma empresa de lazer, desporto e aventura. Faz o que gosta e sabe, criou postos de trabalho diretos e indiretos, dissemina riqueza e, sobretudo, transpira felicidade. Tudo isto em Constância. Obviamente que esta aventura não será um mar de rosas, é conquistada a pulso e exige muito mérito, risco e essencialmente trabalho. Provavelmente, o Carlos não tem horário mas não é isso certamente que o preocupa
Portugal só melhora quando esta atitude se generalizar. Quando as escolas “empurrarem” os seus estudantes para uma atitude empreendedora onde o risco seja regulado apenas pelo mercado e não pelo habitual clima de favor que só serve alguns.
Para além de tudo, também se compreende que o Carlos trabalha que se farta, não para. Depois de uma ideia vem outra e por isso o Carlos é um verdadeiro ator local que permanentemente desenvolve o seu negócio e produtos. Quanto vale para Constância um evento de fim de semana com 40 ou 200 pessoas? Muitos já o compreenderam e por isso a Ponto Aventura tem bons parceiros, com quem conta. Muitas vezes o Carlos, como todos os empreendedores, só pede que não o atrapalhem, que o deixem trabalhar, porque apesar de tudo muitos só servem mesmo para isso, dificultar.
Porque a Ponto Aventura não está sozinha no mundo, também falámos da envolvente. Como estão as coisas? Esta época difícil tem servido, pelo menos, para que os diversos atores olhem para o lado, uns para os outros? Há colaboração e partilha? Constância, Barquinha e Abrantes falam entre si? A Inês, que trabalha com o Carlos, e que também estava a conversa, respondeu com muita sabedoria: “sim, está melhor, há uma espécie de tentativa”. Qualquer mediano compreende o alcance da resposta. Todas as Ponto Aventura muito agradecem que esta “espécie de tentativa” dê certo. No enorme desafio que vivemos todos são necessários e é o mínimo que esperamos; falem uns com os outros e juntem esforços.
Bem hajas, Ponto Aventura.