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Há muitos anos que a palavra inovação surge, com mais ou menos razão, como uma das incontornáveis opções estratégicas nas várias dimensões. Se bem usado este conceito pode constituir um bom salto em frente.

A existência do conceito de inovação durante anos no top dos bons caminhos teve pelo menos o mérito de se constituir como uma palavra chave na necessária mudança em muitos sectores, em muitas atividades.

A maioria das vezes a inovação é-nos apresentada como algo de excecional, ao alcance de poucos. Todavia os exemplos que podemos ver à nossa volta mostram-nos que assim não é. Podemos expressar a inovação a todos os níveis e dimensões, todos os dias. Em casa e no caminho para o trabalho.

A necessidade de alimentar 9.000 milhões de pessoas até 2050 focaliza a atenção nos recursos naturais e não do capital e provocará profundas mudanças nos mercados atuais. Este processo está em curso e não temos dúvida que é com inovação que melhor podemos viver estes tempos.

Inovar ou morrer parece ser o dramático desafio. E é bem claro que o desafio é para todos.

Temos vivido globalmente mas os recursos e os meios continuam a ser locais, sendo nessa dimensão que podemos e devemos atuar. Cada vez mais somos todos responsáveis. As pessoas, nesta perspetiva, têm que ser consideradas como parceiros atuantes e como tal se devem assumir – de acordo com as ocasiões – na configuração do seu destino, e não apenas como destinatários passivos dos frutos de hábeis programas de desenvolvimento com resultados muito duvidosos, como se demonstrou no passado recente. Embora possa, às vezes, não ser muito explícito o desenvolvimento, no sentido da criação de riqueza sustentada, exige participação e envolvimento de todos.

Antes de tudo, talvez a questão seja: como vamos ultrapassar a demissão e apatia colectiva em que nos instalámos?

Sem dúvida que este vai ser o primeiro grande desafio: participar e partilhar responsabilidades. Só assim vai ser possível inovar.

O que se deseja são ideias para criar riqueza. Qualquer coisa de muito diferente do que se tem, genericamente, feito até aqui. A cadeia de valor no seu mais lato sentido tem que estar presente em todos os nossos recursos. Temos que tirar o máximo partido do que temos e responder eficazmente ao mercado. Temos, felizmente, alguns bons exemplos à nossa volta, basta olhar e ver como se faz.

Na verdade, a inovação existe, o desafio é generalizá-la.

Os diferentes atores têm o dever de trabalhar em conjunto e de articular ações; é inaceitável que se mantenham de costas viradas entre si e para a região onde se inserem.

Entretanto, desiludam-se os habituais entusiastas dos efeitos milagrosos, dos apropriadamente apelidados grandes mitos. Há que dizer não a essas grandes armadilhas. Tudo o que vale a pena está ao nosso alcance.

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan