Tejo

fotografia do portal Viver o Tejo

(fotografia do portal Viver o Tejo)

O turismo é, provavelmente, a atividade económica mais transversal.

O rio Tejo é um excelente exemplo. Brutal, talvez seja a melhor palavra para retratar o potencial do Tejo para o turismo de última geração – um turismo de experiências e emoções. O turismo que fica na memória de quem o faz.

São necessários aeroporto, boas vias terrestres, comboio de alta velocidade, etc., mas não é menos necessário o produto turístico à escala local. É isto que nos falta estruturar e oferecer, um produto turístico que promova o imenso património natural, construído e etnográfico/cultural que temos à escala local. É o que a oferta tradicional ignora, mas que tem efetivamente valor para quem deseja uma experiência turística única, de excelência.

 

Todas as galinhas, mesmo a dos ovos de ouro, antes de por ovo necessitam de cuidados essenciais além da elementar ração.

É aqui que o país, como em muitos outros sectores, tem falhado. Espera-se que a galinha ponha ovos sem antes trabalhar nas condições para que isso possa acontecer. Como as condições básicas elementares são excecionais e a galinha vai pondo alguns ovos que possibilitam crescer alguma coisa todos os anos, andamos alegres e contentes.

Esquecemo-nos que os razoáveis resultados têm dependido de uma conjuntura favorável e não de um trabalho estrutural de fundo que garanta o crescimento sustentável do sector, com inequívocos benefícios económicos para o país e com vantagens diretas para as populações.

Para grande parte do nosso território, a oportunidade não está no sol e na praia, no turismo de massas de grande intensidade sazonal, mas antes no turismo de extensão desenvolvido durante todo o ano e considerando todos os recursos disponíveis. O best–seller nos EUA “A Cauda Longa”, de Chris Anderson, demonstra a importância desta realidade no século XXI: “A maior parte do dinheiro está nas vendas mais pequenas”, isto é, nos mercados de escolha infinita. Uma infinidade de nichos que chegam a representar 50% da faturação de grandes empresas globais (Amazon, Google, Neftlix, iTunes, entre outras). Esta realidade da globalização traduz-se numa aplicação óbvia, clara e simples no turismo – o turismo de nicho, que se traduz em “vender menos de mais produtos”. Ou seja, satisfazer todas as opções e gostos, a costumização do produto turístico com a marcada tendência para a prosumirização, onde o consumidor está ativamente envolvido no design do produto. Que melhor região para o conseguir que o Tejo?

Viver o Tejo, o projeto que a NERSANT promove, parece traduzir-se nos primeiros passos de um longo, mas certo, percurso nesse sentido.

Que assim seja, o Tejo, as suas gentes e os seus patrimónios merecem-no.

Mais água em:  http://www.otrosmundos.cc/category/agua/

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Adaptado de Esquire, de Matthew Buchanan