Mais do que acreditar no campo estamos convictos que o campo é o futuro, já hoje.
No nosso campo os produtos tradicionais de qualidade que todos conhecemos valem pela qualidade.
A resposta só pode ser esta: não temos condições para competir em quantidade, só a tipicidade dos nossos produtos locais pela suas características diferenciadoras se pode impor no mercado, gerando retornos aos produtores bastante mais atrativos.
Na Europa uma galinha de quinta custa três a quatro vezes mais que um frango de aviário.
Há muito que PAC afirma “apostar numa agricultura menos intensiva e mais ecológica, atenta ao consumidor.” Esta é a nossa grande oportunidade. O lema é cultivar cooperando com a Natureza em vez de tentar «melhorá-la» pela conquista. O uso indiscriminado de pesticidas afecta, não só o sistema económico, porque leva à esterilização do sistema produtivo, como a saúde humana e o ambiente.
Por outro lado os consumidores estão profundamente descrentes e são mais exigentes, informados e ativos, procuram, cada vez mais, alternativas biológicas.
Os consumidores percebem que as suas opções de consumo têm implicações económicas, sociais e ambientais profundas e assumem a responsabilidade das suas escolhas.
A questão do rendimento ficaria clarificada se o preço de venda dos produtos agrícolas incluísse o custo decorrente, não apenas dos meios de produção, mas também todos os outros custos associados, designadamente o ambiental. Internalizando estes custos não há dúvida sobre o resultado final da análise comparativa entre a agricultura convencional e a biológica, que são francamente favoráveis à segunda. Além disso devemos ter bem presente que a agricultura convencional goza de imensos privilégios decorrentes dos muitos subsídios que recebe.
A agricultura biológica é uma das saídas que alguns pequenos agricultores portugueses encontraram para manter de pé as suas explorações num mercado que está em forte expansão e que na Europa é bastante deficitário em relação à procura. Nos EUA a pequena exploração agrícola constitui o pilar da sustentabilidade económica de muitos estados. Hoje as zonas onde predomina este tipo de agricultura evidenciam uma solidez económica muito superior aos desertos que a industrialização agrícola motivou.
É por tudo isto que algumas revistas com prestígio internacional surgem com exemplos de países desenvolvidos que levam a afirmar: “quem tem uma horta tem um tesouro: significa independência económica, poupança energética e segurança alimentar.”
Vamos em frente.